Parking News

O exportador Rafael Silva resolveu passar com a família o feriado de 1º de Maio no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, e gastou uma hora procurando vaga para estacionar seu carro. A saga do exportador em busca de um local para estacionar é cada vez mais comum na vida do paulistano, já que existem na cidade quase 14 carros registrados para uma vaga oficial de estacionamento. Isso porque São Paulo tem uma frota de 7.412.617 veículos e apenas 536.141 lugares regulares para paradas de automóveis - 36.141 em áreas de Zona Azul e 500 mil em estacionamentos privados. A situação piora se lembrarmos que há milhares de carros de outras cidades que também circulam na capital e não estão nessa conta, ressalta o Diário.
"Essa situação faz com que uma vaga tenha custo de ouro na cidade", afirmou o técnico em segurança Elias Barbosa, outro que se sujeitou à maratona para parar seu veículo no Ibirapuera, no dia 1º. "Por isso aceitei pagar R$ 10 por um cartão de Zona Azul que custa R$ 3."
O mesmo fez o empresário Fábio Cruz, não sem antes protestar. "Agora não aparece um agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para ver que estão vendendo a folha de Zona Azul com mais de 300% de ágio", disse.
O custo para parar no entorno do Ibirapuera é ainda baixo se comparado com lugares como Vila Madalena, na Zona Oeste, e Moema, na Sul. Nesses bairros repletos de casas noturnas e no Centro, com muitos escritórios, estacionar nas ruas não sai por menos do que R$ 20 e em estacionamentos por até R$ 50 para uma hora.
Em outras regiões, como na da Avenida Faria Lima, também na Zona Oeste, a dificuldade para estacionar ganha contornos críticos. Dos cerca de 25 estacionamentos ao longo da avenida, ao menos dez estão com vagas esgotadas para mensalistas e têm listas de espera com mais de 20 nomes - que podem demorar até dois anos para serem atendidos. Ali, os valores cobrados para vagas mensais variam entre R$ 350 e R$ 600. Nas ruas do entorno, algumas das 1.855 vagas de Zona Azul são usadas por flanelinhas, que vendem os cartões com ágio de até 300%.
Além desse abuso, muitos deles são pagos por empresas para reservar vagas aos seus funcionários nas vias públicas. A rotina desses guardadores nas imediações da Faria Lima inclui chegar cedo para reservar as vagas na rua, ficar com as chaves dos carros e estacionar com bastante espaço entre eles, para encaixar os próximos veículos que chegam. As "mensalidades" variam de R$ 100 a R$ 320 por vaga e incluem até recibo do flanelinha no final do mês.
A Secretaria da Segurança Pública diz que desenvolve desde 2011 a Operação Flanelinha durante jogos de futebol, eventos culturais e sociais e em áreas de lazer. O objetivo é erradicar a prática irregular da profissão de guardador de carros. Em 2011, 516 pessoas foram presas - 194 com antecedentes criminais - durante 21 operações realizadas por policiais civis e 11 promovidas pela Polícia Militar. Neste ano, foram registradas 29 ocorrências, com 114 averiguados. Além disso, foram levados para a Fundação Casa três menores infratores.
Prefeitura pretende criar 1,5 mil vagas subterrâneas
Para tentar amenizar o problema da falta de espaço para estacionamentos na cidade, a Prefeitura pretende abrir 1,5 mil vagas subterrâneas na região central. Uma garagem já está pronta, sob a Praça Roosevelt, e outras duas serão construídas, uma embaixo do Mercado da Cantareira e a outra no subsolo do Largo São Bento. O processo de concessão à iniciativa privada está em licitação. Além disso, a Prefeitura quer adotar um sistema de estacionamentos integrados com transporte público em áreas mais periféricas da cidade.
"A ideia é criar bolsões próximos a estações de Metrô e de trem para que as pessoas deixem seus carros e usem o transporte público nas áreas mais congestionadas", afirmou o engenheiro Érico Zamboni, da TTC Soluções de Mobilidade, que trabalhou nos estudos que subsidiam as ações da Prefeitura.
A CET, por outro lado, informou que elabora permanentemente estudos para avaliar a necessidade de criação ou retirada de vagas de Zona Azul, "uma vez que é preciso acompanhar a dinâmica da cidade disciplinando o estacionamento e democratizando o uso do espaço viário ao implantar a rotatividade das vagas". Em 2009, eram 34 mil vagas e hoje são 36 mil.
Fonte: Diário de S. Paulo, 6 de maio de 2013

Categoria: Cidade


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