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Discutida desde 1993, a demolição do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, ficou ainda mais distante. A gestão Gilberto Kassab esperava que a Operação Urbana Lapa-Brás, apresentada em maio de 2010, provocasse a retirada do viaduto. A licitação que escolheria uma empresa para desenvolver o projeto, porém, fracassou. O único consórcio que se interessou pela empreitada foi desclassificado no fim do mês passado, segundo o jornal Estado de S. Paulo.
O grupo formado pela multinacional CNEC-WorleyParsons e a americana Aecom, responsável por projetar as intervenções do Projeto Nova Luz, que prevê a reurbanização da cracolândia, no centro, não atingiu a pontuação mínima exigida em uma das fases do certame. Arquitetos e urbanistas acreditam que não há tempo para nova licitação ser feita até o fim do ano. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano diz que avalia como viabilizar os estudos necessários para fazer, por conta própria, o projeto da Lapa-Brás. "A demolição do elevado é uma das diretrizes da operação. A decisão final sobre essa intervenção específica está atrelada ao desenvolvimento de um projeto urbanístico para a área", informou, em nota.
Quem mora ou trabalha na Avenida General Olímpio da Silveira, na Água Branca, zona oeste, acha difícil que a estrutura de 3,4 km desapareça da paisagem. "São Paulo tem de ter mais ruas, não menos. Onde vão colocar todos esses carros? O elevado é útil ao trânsito", argumenta o taxista Oswaldo de Lima Carvalho. Moradores reclamam que o trânsito faz barulho e suja as casas. Também dizem que a estrutura atrai moradores de rua e usuários de droga que querem se abrigar de frio e chuva.
Polêmica
Embora possa melhorar a qualidade de vida da população, a demolição do Minhocão não deve ser considerada "crucial", na opinião do urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Polis. "Há uma tendência internacional de se desconstruir estruturas como essa." Segundo ele, criar jardim suspenso no elevado seria solução interessante.
Já para o arquiteto Valter Caldana, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, o fim do Minhocão é "imprescindível". "O elevado impõe um limite à qualidade de vida. Há uma área de 700 metros dos dois lados do viaduto que é afetada."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 17 de julho de 2012

Categoria: Cidade


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