"Até os 10 anos, as crianças não conseguem julgar o trânsito sozinhas. É fundamental ensinar aos adultos que as crianças, assim como idosos, são mais vulneráveis e ainda não têm condição de andar no trânsito sozinhas", diz Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG.
Ao todo, em 2010, foram 1.895 crianças mortas no trânsito, dos quais 711 foram vítimas de atropelamentos. Internadas, foram 7.392.
A ONG também fez um ranking comparando as mortes de crianças atropeladas entre os Estados. Sergipe teve a pior taxa, entre 100 mil habitantes. São Paulo ficou em boa posição na lista, em 21º dos 27 Estados.
"Os atropelamentos acontecem mais perto das escolas, nos bairros de moradia, à tarde, durante a semana e entre meninos. Pode ter relação com as brincadeiras praticadas em cada Estado e com a infraestrutura das ruas", diz Alessandra.
Apesar de ainda ser grande, o número de crianças vítimas de acidentes no trânsito vem caindo, enquanto o número geral de acidentes não para de subir e atingiu um recorde de 42.844 mortes no país em 2010, conforme a Folha revelou em maio.
Em 1996, no início da série histórica, houve 3.584 crianças mortas nesses acidentes, das quais 1.824 atropeladas.
"Houve essa queda, mas o número ainda é inaceitável. São 20 crianças hospitalizadas por dia por causa de atropelamentos."
Fonte: Folha de S. Paulo, 19 de julho de 2012