Quem tem compromissos no centro do Rio e quer ir de bicicleta agora tem onde deixar a magrela e tomar banho. Em 2 de março foi inaugurado em um sobrado na Rua do Senado o Bike Rio Café, estacionamento para bicicletas com vestiários para os usuários se banharem. Estacionar a bicicleta das 7h às 19h e tomar banho custa R$ 17. Sem banho, o estacionamento sai a R$ 13. Também é possível pagar por hora: a primeira custa R$ 4 sem banho ou R$ 6 com banho, e cada hora adicional sai por R$ 1,50. O pernoite das 19h às 7h custa R$ 8.
A iniciativa foi do empresário Abelardo de Araújo Lima, de 53 anos, e seus irmãos Frederico, de 51, e Cláudio, de 49, todos habituados desde a infância a pedalar. “Temos recebido cerca de 20 bicicletas por dia. Para um negócio novo e inédito no Rio, é uma boa surpresa”, diz Frederico. “Tinha ciclista que pagava academia no centro só pra tomar banho, outros pagavam para usar o chuveiro numa casa de massagens, mas todos deixavam a bicicleta na rua, mesmo achando arriscado, por falta de opção.”
A ideia do negócio surgiu há três anos. “Abelardo morava em Macaé (norte fluminense), mas se mudou para o Rio e voltou a praticar ciclismo. Ele morava em Ipanema e trabalhava no centro. Um dia perguntei por que não ia trabalhar de bicicleta. ‘Porque não tem onde tomar banho e guardar a bicicleta’, o Abelardo respondeu. Logo pensamos: ‘Vamos abrir uma loja que ofereça isso’”, conta Frederico. “Convidamos nosso outro irmão e ele topou a sociedade.”
O trio começou a pesquisar imóveis no centro e há um ano encontrou um sobrado espaçoso com aluguel acessível. A loja tem estacionamento para 80 bicicletas no térreo, secretaria e vestiário masculino com seis chuveiros no primeiro andar e restaurante e vestiário feminino com quatro chuveiros no segundo pavimento.
O gasto com a reforma foi de aproximadamente R$ 300 mil, que Frederico prevê reaver em aproximadamente um ano. Além do estacionamento e vestiários, que são a prioridade, o local oferece um restaurante e, daqui a algumas semanas, deve contar também com uma oficina e uma loja de acessórios para bicicletas. “Não conheço outra loja desse tipo no Rio, mas acho que tem potencial para atrair muito público. Já estudamos abrir mais duas unidades, em outros bairros”, conta o empresário.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28 de março de 2015