Há exatos 50 anos eram abertas as portas do Shopping Iguatemi, em São Paulo, o primeiro do Brasil. De lá para cá o País ganhou 553 operações, o que democratizou o acesso aos centros de compras e tornou os espaços uma 'segunda casa do brasileiro'.
Agora, na era da internet, o desafio é tornar os malls mais tecnológicos e atraentes à próxima geração. Neste intervalo de meio século ocorreu uma verdadeira transformação no universo dos shoppings. Se antes os malls funcionavam apenas como um centro de compras, desde meados dos anos 1990 passaram a oferecer, além das lojas, entretenimento, lazer e serviços cotidianos principalmente nesta última década (2006-2016), quando os empreendimentos se multiplicaram pelo País, e passaram a receber visitantes de todas as faixas sociais e etárias.
Não à toa, este período é considerado por especialistas do varejo como a década de ouro para o mercado de shopping-centers. "Em 1966 abriu-se o primeiro shopping no Brasil. Após 40 anos, o País possuía 351 shoppings. Nos dez anos seguintes esse número pulou para 554. Ou seja, subiram praticamente 200 empreendimentos em 10 anos. Foi um ritmo muito acelerado", comentou recentemente ao DCI o sócio-diretor da GSBW, Luiz Alberto Marinho. No mesmo intervalo, o faturamento dos malls triplicou. Passou de anuais R$ 50 bilhões, em 2006, para atuais R$ 151 bilhões, consolidados em 2015, segundo a Associação Brasileira de Shopping-Centers (Abrasce).
Segundo a entidade, transformação passa também pelo avanço tecnológico e urbano, já que hoje os shoppings construídos levam os conceitos sustentável e modernista, com ambientes claros e abertos desde o seu planejamento, o que antes não ocorria.
"Os anos 1990 foram muito importantes para a expansão do setor, com diversas inaugurações, a uma média de oito por ano. Mas certamente a partir de 2006, quando a oportunidade de financiamento dos empreendimentos se tornou mais acessível - inclusive com a entrada de capital estrangeiro no setor - houve esse forte avanço", explicou ao DCI a superintendente Abrasce, Adriana Colloca. Ainda de acordo com ela, nesta época, o Brasil passava por um 'boom' de consumo, com avanços sociais, principalmente em relação à ascensão das classes E e D, o que contribuiu positivamente para o crescimento dos shoppings em todo o País.
Futuro
Para o futuro, Adriana crê em malls cada vez mais tecnológicos, principalmente nas áreas de serviços, como estacionamento, limpeza e informações, além de ambientes visualmente mais agradáveis ao público.
A informação é confirmada por uma pesquisa da Officina Sophia Retail. Segundo o estudo, para jovens de14 a18 anos, a tecnologia e as propostas sustentáveis são imprescindíveis dentro dos shoppings. O levantamento mostra, por exemplo, que 39% dos entrevistados sugerem lojas com provadores digitais para facilitar o serviço de compra de roupas. Para 42%, é imprescindível que o mall possua espaços para eventos e shows. Já 39% avaliam que os centros de compras poderiam abrigar mais espaços dedicados ao mundo dos games. Os cinemas seguem como atividade preferida para 44% dos jovens ouvidos.
O Shopping Iguatemi, primeiro mall do País, foi construído já pronto para receber este tipo de entretenimento. "Neste sentido, os shoppings do futuro continuam com a tendência de ser a 'segunda casa' do cliente, onde ele pode passear, resolver questões diárias e comprar."
Fonte: DCI - 08/11/2016