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Estacionamentos 4.0 e as tendências do mercado

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Por Jorge Hori*

Com a emergência da 4ª Revolução Industrial, a primeira impressão para quem está no setor de estacionamentos é de que os "Estacionamentos 4.0" seriam os serviços atuais, mais informatizados, com equipamentos e softwares mais avançados.

Essa impressão foi fortalecida pela Feira dentro do recente congresso nacional dos estacionamentos, no mês de outubro em São Paulo, com diversos expositores apresentando os seus mais modernos equipamentos e programas.

Mas a palestra sobre a Indústria 4.0, embora não se referisse aos estacionamentos, ficando nas generalidades óbvias, deu novas pistas, a partir da proposta das lógicas que devem presidir as atividades 4.0, principalmente os serviços 4.0.

Os estacionamentos não são serviços primários que atendem às necessidades principais dos usuários. São serviços instrumentais ou auxiliares em função da origem ou destino das pessoas que usam o carro para poderem se locomover de uma origem a um destino. Sair de casa para ir ao trabalho, a locomoção mais usual, nas cidades.

Ao ir para o local de destino, precisariam de um espaço ou vaga, para deixar o carro. A menos que usem um táxi ou uma carona. Porque, nesse caso, o usuário desceria próximo ao seu destino e o carro que o trouxe seguiria para outro destino.

Origem, locomoção e destino são as funções principais. Estacionamento é função secundária.

A tecnologia está mudando profundamente os modos de locomoção. De uma parte, facilitando aos usuários a chamada de um carro na sua origem para levá-lo ao seu destino.

A dificuldade de carro que fosse buscá-lo no local da sua origem da viagem era uma restrição para a locomoção por táxi e, com isso, pouco ou não competitivo com o uso do carro próprio. Com os novos aplicativos de chamada pelo celular e a alta disponibilidade de taxistas ou particulares para o pronto atendimento essa desvantagem foi superada.

Restou a questão dos custos, mas com a "guerra de preços" promovida pelo principal aplicativo, para curtas distâncias o custo ida-e-volta está mais barato do que os R$ 20,00, a primeira hora mais usual, cobrada pelos estacionamentos em áreas de maior demanda. Além dos custos com combustíveis.

A onda 4.0 irá reduzir a demanda de estacionamentos avulsos, para até 2 horas. O que tornará economicamente inviáveis vários estacionamentos.

A outra grande mudança trazida pelo 4.0 é o carro compartilhado. Nesse, o usuário dirige um carro compartilhado num local e o deixa em outro. Os dois pontos deverão ser estacionamentos privados. Um ponto de acesso e outro de entrega do carro compartilhado não poderão ser na via pública, como ocorre com as bicicletas. As áreas necessárias serão muito maiores. Não haverá disponibilidade de áreas públicas suficiente para abrigar os carros compartilhados, principalmente nas áreas de destino.

Essas são as áreas que concentram o trabalho, envolvem grande volume de trânsito e as vias não devem ser ocupadas com veículos estacionados.

Ao contrário dos aplicativos que se constituem em grande ameaça, o carro compartilhado poderá ser uma grande oportunidade para os estacionamentos pagos. Mas o primeiro já é presente, afetando a demanda, enquanto o segundo é uma promessa futura, ainda não suficientemente configurada.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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