É a quarta vez, em menos de dois anos, que o órgão adia a volta da tolerância máxima de 5% de sobrecarga, que vigorava nos anos 1990 e que era suficiente para comportar as margens de erro de pesagem. O limite foi flexibilizado em 1999 e deveria ter acabado no começo de 2009, segundo o Contran, mas vem sendo postergado a cada semestre.
Segundo Neuto Gonçalves dos Reis, da NTC & Logística (associação do transporte de carga), cada 1% de excesso de peso diminui em mais de 4% a vida de um pavimento.
Ou seja, um asfalto que deveria durar dez anos sobrevive menos de quatro anos, se todos os veículos rodarem com 7,5% de sobrecarga.
O Contran, em nota, diz que vai aguardar a conclusão de estudos do Inmetro para a pesagem de caminhões que transportam granéis sólidos e líquidos, cuja carga se movimenta com facilidade.
Os testes, afirma, são importantes para comprovar a adequação das balanças.
O Contran diz ainda que a prorrogação foi pedida pelo Ministério dos Transportes.
Apesar de reconhecer os danos da sobrecarga na qualidade das vias públicas, a NTC defendeu a prorrogação da tolerância de 7,5% porque seus associados cobram mais tempo para se adaptar.
Fonte: Folha de S. Paulo, 9 de julho de 2010