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Com tantos carros nas ruas, trânsito da capital do País fica pesado em muitos pontos, principalmente no começo e no fim do dia

A cada hora sete carros novos engrossam o trânsito do Distrito Federal. Somente nos dois primeiros meses do ano, foram vendidos e emplacados 10.116 veículos novos, entre carros, caminhões, ônibus e microônibus.

O número, que é 24,5% maior que o registrado no mesmo período em 2006, faz crescer a frota de carros do DF, que encerrou o ano passado em 895.791. Este ano, portanto, ultrapassou a barreira de 900 mil veículos.

O ritmo de crescimento de vendas de carros anima os donos de concessionárias, por um lado, mas preocupa, por outro, quem tem que buscar soluções para um trânsito cada vez mais caótico e para a carência de vagas em estacionamentos.

O Departamento de Trânsito (Detran) pretende, ainda esta semana, formar um grupo de estudo para solucionar a falta de estacionamento que já é gritante em algumas áreas como o Setor Comercial Sul (SCS).  "É uma tendência no mundo inteiro esse aumento no número de veículos. As vias não aumentam na mesma proporção e alguns trechos do trânsito se transformam em gargalos", comenta o secretário de Transportes, Alberto Fraga.

Segundo ele, isto faz com que o trânsito se torne "a grande doença do mundo moderno". O caminho, ainda de acordo com Fraga, é estimular as pessoas a usarem o transporte coletivo. "Para isso, o sistema de transporte coletivo precisa ser mais confiável, principalmente em termos de horário", diz.

Ele destaca que grande parte da frota de carros que transita pelas ruas leva apenas uma pessoa. "Se continuar assim, não vai demorar muito para pensarmos em formas de racionamento de veículos", completa o secretário, mencionando como exemplo o rodízio de carros que já é praticado em São Paulo.

Buscando solucionar a questão da falta de estacionamentos nas ruas do DF, o governo estuda a aplicação de um projeto que prevê a criação de 13.200 novas vagas para carros no subsolo nas quadras mais movimentadas do Plano Piloto.

Previsão

Se tudo correr como esperam as concessionárias autorizadas, o ritmo do crescimento da frota tende a ficar ainda mais acelerado. "Os dois primeiros meses do ano costumam ser mais fracos que os seguintes. Cremos que as vendas devem aumentar ainda mais nos próximos meses", prevê Edson Maia, diretor do Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos Autorizados do Distrito Federal (Sincodiv-DF). 

Ele atribui o aumento das vendas à estabilidade econômica e às facilidades de financiamento, que estão com taxa de juros média de 1,69% ao mês e longos prazos de pagamento (podem chegar a cinco anos). "Diante de tanta facilidade, os clientes acabam optando por comprar um carro zero", ressalta.

O pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Eric Borges, 27 anos, está entre os consumidores que compraram carro zero neste começo de ano. "Estava precisando. Em Brasília, é muito complicado viver sem carro", diz.

Situação é crítica e pode piorar

Para o professor de Engenharia de Tráfego da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques, a solução para os congestionamentos que castigam os motoristas do DF passa por uma mudança de hábito. O especialista sugere que as pessoas usem menos o veículo.

Marques afirma que, para conter a crescente frota que circula nas ruas, deve-se investir na eficácia do transporte coletivo, como metrô e ônibus, e estimular o uso de bicicletas, ou até mesmo a prática de andar a pé.

"Às vezes, a pessoa vai sair para um lugar mais próximo, mas, por hábito, acaba usando o carro", argumenta. Quanto ao transporte coletivo, Marques afirma que o simples aumento da eficácia e da pontualidade do serviço já poderiam desafogar de forma significativa o trânsito nas ruas do DF.

Segundo ele, criar novas vagas para os carros, além de ser apenas uma solução a curto prazo, pode transformar o problema numa "bola de neve". "Quando há mais vagas disponíveis, as pessoas ficam mais estimuladas a usar os carros", explica.

A criação de novas vagas, segundo o engenheiro, reflete um valor invertido pela sociedade. "Não somos nós que devemos servir os carros. Eles é que foram feitos para nos servir", destaca.

Para ele, as ruas devem ser planejadas prioritariamente para o trânsito de pessoas. O engenheiro comenta que, se as calçadas fossem mais largas e houvesse mais sombras nas ruas, as pessoas se sentiriam mais estimuladas a andar a pé em pequenas e médias distâncias.

Marques acredita que a situação no trânsito é crítica e que a tendência é piorar. "Por isso é que temos que dar mais atenção ao transporte coletivo e à mudança de mentalidade das pessoas", alerta o especialista.

Longas distâncias

Dados da UnB mostram que, no DF, 75% dos carros transitam pelas ruas levando apenas os motoristas. As longas distâncias e a pouca eficácia do transporte coletivo são os principais motivos alegados por quem prefere andar de carro.

Esses dados apenas confirmam o que Marques coloca como pontos que devem ser abordados para a solução dos problemas típicos das grandes cidades, como os congestionamentos e a falta de espaço para estacionar em áreas comerciais de movimentação intensa.

Fonte: Jornal de Brasília (Distrito Federal), 13 de março de 2007

 

Categoria: Geral


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