Liderado pelo presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Luiz de Carvalho, o Comitê da Candidatura de São Paulo à Copa preparou um dossiê de 184 páginas com informações para impressionar os representantes da Fifa. E ele tem certeza de que a cidade se sairá bem. "Para nós, que recebemos 90 mil eventos por ano, organizar a Copa não será nenhum bicho-de-sete-cabeças", diz. Durante o mês da competição, ao menos 3 mil jornalistas e 600 mil turistas deverão passar pela cidade - 180 mil deles estrangeiros. A receita trazida à cidade é prevista em R$ 1,5 bilhão, no mínimo.
Veja São Paulo mostra quais são os desafios da preparação da cidade para o evento, que deve contar com investimento maciço da iniciativa privada. De acordo com o governador José Serra, o Estado não vai destinar recursos para a construção de estádios nem para a publicidade do evento: "Vamos fazer a nossa parte dando segurança e transporte".
Um exemplo citado pela revista é o projeto de reforma do Estádio do Morumbi, feito por Ruy Ohtake, que prevê uma cobertura de policarbonato nas arquibancadas e estacionamento subterrâneo com 4,8 mil vagas. Apesar de ter passado por reformas recentes, o Morumbi ainda está longe de atender às exigências da Fifa. Levantamento realizado pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) mostra, entre outros problemas, a falta de um estacionamento aberto ao público - o que existe é pequeno e restrito à diretoria.
De acordo com a Fifa, um estádio com capacidade superior a 45 mil pessoas (o Morumbi tem capacidade para 62 mil) deve dispor de 10 mil vagas para carros. Para atender a essa exigência, há duas possibilidades. A menos custosa seria aproveitar as vagas de estacionamentos de shoppings, supermercados e hotéis em um raio de 5 km do Morumbi, com transporte gratuito para os usuários. A outra é a construção do estacionamento projetado por Ohtake na Praça Roberto Gomes Pedrosa. Com quatro lances subterrâneos, encobriria parte das avenidas Giovanni Gronchi e João Jorge Saad e transformaria numa praça a região que compreende a rotatória e os terrenos desapropriados a sua volta.
Fonte: Revista Veja São Paulo (SP), 21 de novembro de 2007