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Estacionamentos e novos modelos de negócios

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Por Jorge Hori* - Diante de uma crise econômica que afeta a demanda, a reação inicial das empresas é cortar custos. A expectativa é gerenciar o fluxo de caixa, até que a crise seja superada e a demanda e as receitas voltem ao patamar considerado adequado.

Outra alternativa que muitas empresas adotam é reduzir os preços para retomar a demanda.

Já quando a crise é prolongada, ou se mesmo depois de superada a demanda não retorna ao normal - dentro da visão de manutenção do mesmo modelo de negócio -, a opção é a redução do nível de operação, para atender à demanda remanescente. Se essa não é suficiente para gerar rendimento econômico, o melhor é encerrar a atividade antes da acumulação de prejuízos, dívidas e chegar à insolvência, com dilapidação do patrimônio.

Há ainda outros caminhos, que envolvem a mudança do ramo de atuação ou do modelo de negócio. Não vamos aqui nos ater ao primeiro, mas apenas à alternativa de mudança do modelo do negócio. No caso dos estacionamentos, significa manter a atividade de serviço remunerado de guarda de veículos automotores.

O modelo atual se caracteriza como uma oferta de espaços para o estacionamento do veículo do usuário, podendo ser adicionado o serviço de manobrista.

A mudança do modelo pode ser feita internamente, pela introdução de mais tecnologia, alteração de processos, ou na reorientação de mercado, que pode ser de localização da garagem, da demanda a ser atendida, ou ambas.

A atividade de estacionamento pode ser considerada como de alta rotatividade de operador, ou de bandeira. Uma garagem ou estacionamento ao ar livre pode permanecer aberta no mesmo local, mas periodicamente trocar de operador. O estacionamento é um ponto de negócio e as negociações pelo aproveitamento do ponto podem levar a sucessivas mudanças.

Há um dinamismo dentro das empresas que leva a reequacionar constantemente a sua rede de unidades, buscando manter as mais rentáveis e abrindo mão das não rentáveis.

A rentabilidade é dada por três fatores principais: a existência e desenvolvimento da demanda primária que gera o movimento do estacionamento; a superação do concorrente que disputa a mesma demanda primária, e o custo da locação da garagem ou terreno.

A mudança do modelo de negócio poderá está focada em um desses fatores ou do conjunto deles.

Em momentos de crise ou superação de crise a mudança está na seleção da demanda.

Fora da crise é possível manter uma posição reativa, esperando o cliente chegar. Na crise é preciso ter uma posição mais proativa, buscando os melhores clientes ou mudando o modelo de negócios.

Em vários importantes negócios as grandes empresas estão sendo obrigadas a mudar o seu modelo de negócio, pressionadas pelas novatas que emergem no mercado, com inovações.

Os bancos, por exemplo, estão enfrentando a concorrência das fintechs. A indústria automobilística tem que se reposicionar diante da Tesla, que inverteu o conceito de um veículo com automação embarcada para um computador que anda sem motorista. Os supermercados também procuraram mudar o modelo de negócio com o "atacarejo".

Já os novos modelos de negócios de estacionamento ainda não emergiram, mas sendo incubados. Quem sair na frente terá vantagem competitiva.

A questão crucial é: como detectar e construir antes dos outros os novos modelos de negócios?

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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