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Poucos anos após iniciar a fabricação de automóveis com o modelo 92, em 1950, a sueca Saab percebia que precisava de um carro esporte para ingressar no crescente setor de competições. O projeto do engenheiro Rolf Mellde foi aprovado, mas teve de ser conduzido nas horas vagas dos funcionários, porque a produção tomava-lhes o tempo integral na indústria, conta o Best Cars.
Em 1956 era apresentado no Salão de Estocolmo o Sonett Super Sport, ou Saab 94. O nome Sonett, embora pareça "soneto", é uma expressão em sueco que significa "que bonito". O conversível de dois lugares tinha linhas esportivas e agradáveis, bem diferentes das estranhas formas que dominavam os sedãs da marca na época. O desenho era de um puro roadster, com os ocupantes sentados quase sobre o banco traseiro e um capô relativamente longo, que destacava os faróis circulares.
Construído com chassi de metal leve e carroceria de plástico reforçado com fibra-de-vidro, o carro era bastante leve, cerca de 500 kg. Só mesmo assim para obter bom desempenho da modesta mecânica disponível: o pequeno motor, tomado emprestado do Saab 93, tinha três cilindros, dois tempos, 748 cm3 de cilindrada e 57,5 cv de potência.
Curiosamente, a caixa de câmbio de três marchas (dotada de roda-livre, como nos DKWs, e com tração dianteira) teve de ser montada à frente do motor, e não atrás como é usual. Com isso, foi necessário inverter o funcionamento do propulsor - possível nesses dois-tempos tão simples -, sem o que haveria três marchas à ré e apenas uma à frente...
Apesar da improvisação, o Sonett provou bom desempenho: em uma prova de velocidade máxima, obteve 159,4 km/h de média no quilômetro lançado. A suspensão traseira ainda era de eixo rígido, mas o carro já usava pneus sem câmara. Embora apenas seis unidades tenham sido construídas, a Saab não abandonou a ideia.
Dez anos depois surgia o Sonett II, baseado no carro-conceito MFI 13, ou Saab 97, apresentado em 1965. O novo esporte era um cupê compacto de linhas estranhas, com uma capota mais alta do que o conjunto exigiria para uma aparência harmoniosa. Interessante era a abertura do capô, levando junto os para-lamas, rara em modelos deste porte. Na traseira, o destaque era o vidro amplo e envolvente, que, porém, não se abria.
A mecânica do Saab Monte Carlo, com motor dois-tempos de três cilindros, 841 cm3, três carburadores e 60 cv, o levava a 150 km/h, mas não durou muito. Após somente 258 unidades, a marca adotava o V4 a quatro tempos do 96, de 1,5 litro e 65 cv, além de freios dianteiros a disco. A velocidade máxima passava a 160 km/h e, curioso, era mantida a roda-livre. Com ele, 1.610 Sonetts II chegaram ao mercado.
Em ambas as versões o câmbio era de quatro marchas. O carro media apenas 3,77 metros de comprimento e 2,14 m entre eixos e pesava só 660 kg (725 kg com o V4). O motor maior, contudo, exigiu uma elevação do capô que o tornava ainda menos atraente. Era preciso remodelar o carro para adequá-lo ao V4.
Introduzido em 1970, o Sonett III era o resultado da intervenção do projetista italiano Sergio Coggiola no desenho da segunda geração, em que apenas a seção central não poderia ser modificada. Como ficou? Não era, mais uma vez, um exemplo de beleza: a frente baixa e longa parecia enxertada de outro carro, contrastando com a cabine compacta e alta e a traseira curta. O carro agora media 3,90 metros, com o mesmo entreeixos.
O capô não tinha mais o recurso de ampla abertura, mas o porta-malas estava mais espaçoso e fácil de utilizar, pois o vidro (agora menor) enfim se abria. A alavanca de câmbio mudava-se da coluna de direção para o assoalho, como convinha a um carro esporte, e o volante era revestido em couro (como opção, também os bancos). O desempenho adequado, graças ao baixo peso de 770 kg, melhorava em 1971 com o motor de 1.698 cm3.
Os americanos apreciaram a novidade e foram os maiores compradores entre as 8.351 unidades produzidas. Em 1972 ganhava ar-condicionado e, no ano seguinte, pneus 165 SR 13 (em vez de 155) e para-choques reforçados para atender às normas de segurança dos EUA. O estilo perdia ainda mais.
Em 1974 o Sonett III saía de produção: a empresa não julgava viável o investimento para enquadrá-lo nas normas de emissões poluentes daquele país. Depois dele, a Saab nunca mais se arriscou em pequenos carros esporte, preferindo oferecer versões de alto desempenho de sua linha convencional - já em 1978 surgia o 99 Turbo.
Fonte: bestcars.uol.com.br, novembro de 2012

Categoria: Mundo do Automóvel


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