A CPTM não detalhou os tipos de falhas, explicando apenas que elas podem ocorrer em partes do trem (equipamentos elétricos, eletrônicos, pneumáticos ou mecânicos) e no sistema (sinalização, energia elétrica de tração, via permanente e telecomunicações). Os problemas também podem ser causados por agentes externos, como inundações e raios.
Apesar da grande quantidade de falhas, na última década o número de problemas nos trens da CPTM caiu em 45,5%. Em 2001, o MKBF era de 1.675 quilômetros - ou seja, as falhas eram mais frequentes, pois ocorriam em um intervalo menor de circulação. Além disso, a companhia afirma que as 1.577 falhas registradas de novembro a janeiro deste ano representam apenas 0,8% das viagens realizadas no período.
Nos últimos dez anos, a quantidade de passageiros transportada pela CPTM cresceu 46,7%. Em 2001, a companhia transportava uma média de 1,5 milhão de usuários por dia útil. Entre novembro de 2010 e janeiro deste ano, a média foi de 2,2 milhões de passageiros por dia útil.
Essa superlotação amplia os problemas nos casos de falhas dos trens. Nas composições com sistema de ar condicionado, por exemplo, quando há um problema e a ventilação é desligada, os passageiros começam a passar mal, pois não há janelas que possam ser abertas. Assim, muitas vezes os usuários quebram as portas para poder sair e respirar.
Nos três meses de novembro a janeiro, o gasto com reparos de equipamentos atingidos por vandalismo nos trens da CPTM chegou a R$ 1,3 milhão. Outro problema é a enorme lotação em horários de pico em algumas estações, como Brás, Luz, Barra Funda e Guaianazes.
Investimento
Entre 2006 e 2010, o governo de São Paulo investiu R$ 4 bilhões na CPTM. Atualmente, estão sendo realizadas obras em todas as seis linhas. Na Linha 8-Diamante, por exemplo, cinco estações passam por intervenções para atender a maior demanda e facilitar o acesso. O trecho entre Itapevi e Amador Bueno (desativado para obras) está passando por recapacitação da infraestrutura e reforma das estações para voltar a operar.
Fonte: Agência Estado, 16 de março de 2011