"Ninguém vê, não tem condições. Na verdade, isso é um crime, é lesar o contribuinte", queixou-se o advogado Reinaldo Azevedo. Ele referia-se ao radar atrás da coluna de um pórtico no km 94 da Carvalho Pinto, no sentido interior.
O quadro repete-se em mais dois pontos. Na altura do km 71, sentido Jacareí, um radar móvel era mantido atrás da barreira de concreto entre a pista e o canteiro central. Cerca de 5 quilômetros adiante, radares fixos estão na saída de túneis.
Segundo o advogado e professor de legislação de trânsito Marcos Pantaleão, a visibilidade pode ser questionada pelo motorista ao tentar recorrer da multa.
Concessionárias
As cinco estradas em questão são administradas por concessionárias e têm, no total, 193 radares, entre visíveis e "invisíveis". A Rota das Bandeiras, responsável pela Dom Pedro I, e a Autoban, que cuida da Anhanguera e da Bandeirantes, informaram que não definem os locais, só instalam os radares. A Ecopista, da Ayrton Senna e da Carvalho Pinto, alegou que os radares cumprem as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Quem escolhe onde será colocado cada radar é o DER. Questionado, o departamento argumentou, em nota, que os equipamentos mencionados atendem às Resoluções 146 e 214 do Contran. E acrescentou: "Operam protegidos por defensas metálicas, passarelas e barreiras de concreto pois, muitas vezes, esses equipamentos e os funcionários são alvo de vandalismo." O saldo de multas aplicadas em 2009 nas vias não foi informado.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 21 de março de 2011