A EcoRodovias venceu o leilão do dia 18 pela concessão da Ponte Rio-Niterói, ao oferecer uma tarifa de R$ 3,28442, deságio de 36,67% em relação à tarifa máxima fixada no edital de R$ 5,18620. Por causa da atualização pela inflação, a partir de junho, quando a nova concessionária assume a operação, no lugar da CCR, a taxa de pedágio deve ser de cerca de R$ 3,70, o que corresponde a uma economia de 36,67%. Hoje, o pedágio é de R$ 5,20, cobrado em apenas um sentido.
O presidente da EcoRodovias, Marcelino Rafart Seras, disse que a proposta foi justa, mas as ações da empresa caíram 3,68% no pregão do dia 18 na Bolsa. Já os papéis da CCR subiram 4,86%, indicando que os investidores perceberam a vitória da EcoRodovias como um mau negócio.
“Tanto (foi justa a proposta) que ganhamos por pequena diferença”, disse Seras, após o leilão, realizado na sede da BMF Bovespa,em São Paulo. Asegunda melhor proposta no leilão foi do Consórcio Nova Guanabara, que propôs tarifa de R$ 3,35900, deságio de 35,23% em relação à tarifa-teto estabelecida.
Já a Triunfo ficou com a terceira melhor proposta, de R$ 3,86999, desconto de 25,37%. A novata em leilões de rodovias JSL, que disputou o leilão por meio da controlada CSBrasil, ofereceu tarifa de R$ 4,07895, deságio de 21,34%.
Inicialmente, o leiloeiro havia lido o número erradamente, o que havia indicado um deságio de apenas 7,64%, mas posteriormente a BMF Bovespa corrigiu a informação do lance em seu site. A Infra Bertin, parceria do grupo Bertin com o italiano Atlantia, ofereceu tarifa de R$ 4,14170, deságio de 20,13%.
Ativo valorizado
Por fim, a CCR, que atualmente administra o trecho, ofereceu o menor deságio, de 18,20%, com uma tarifa sugerida de R$ 4,24230.
“Estamos em um momento interessante. É a primeira concessão que chega ao final e vamos entregar um ativo valorizado, com os investimentos feitos, uma ponte melhor que recebemos”, disse o presidente da CCR, Renato Vale.
No fim do dia, a empresa divulgou nota ressaltando que sua proposta levou em consideração a disciplina de capital. A EcoRodovias se orgulha de adquirir um ativo importante para o Rio de Janeiro, disse, sinalizando que a companhia já está em conversas com o governo do Estado do Rio para acelerar os processos de licenciamento das obras que são exigidas pelo novo contrato.
Investimentos
A companhia deverá realizar obras que possuem investimento estimado em R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 810 milhões a serem aplicados nos primeiros cinco anos de concessão, que durará 30 anos.
Entre as principais obras, estão previstas a construção de uma alça de ligação da ponte à Linha Vermelha, no lado carioca, para evitar que os motoristas com destino à Baixada Fluminense e à Rodovia Presidente Dutra utilizem a Avenida Brasil. No lado de Niterói, está prevista a construção de uma passagem subterrânea sob a Praça Renascença, melhorando o escoamento na chegada à cidade vizinha à capital, na região metropolitana.
Por fim, a nova fase de concessão incluía construção da Avenida Portuária, com cerca de3,1 quilômetros, permitindo o acesso dos veículos pesados da Avenida Brasil à área do Porto do Rio.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de março de 2015