Um capricho arquitetônico semelhante já havia sido criado em outra estação da Linha Amarela, a Butantã, que tem uma vistosa estrutura metálica e está em operação desde o fim de março. Os novos projetos contrastam com os caixotes feios e cinzentos das construções do sistema nos anos 70. "A onda é bem-vinda, pois um dos objetivos da obra pública deve ser embelezar a cidade", afirma o arquiteto João Valente Neto, um dos projetistas da Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira.
No exterior, essa preocupação existe há muito tempo. Plataformas inovadoras despontam na paisagem de diversas cidades europeias. As de Bilbao, na Espanha, por exemplo, repletas de vidro e estruturas curvas, foram projetadas por Norman Foster, o cultuado autor da remodelação do Estádio de Wembley, na Inglaterra. Por imitar um vagão que parece ter saído do asfalto, uma das entradas do serviço de Frankfurt, na Alemanha, é alvo constante das máquinas fotográficas dos turistas, assim como os pórticos em estilo art nouveau do metrô parisiense.
O novo terminal possui seis andares, interligados por 24 escadas rolantes - há espaço reservado para a instalação de outras oito, caso o número de passageiros diários exceda os 140.000 previstos (inicialmente, a estação funcionará das 4h40 às 15h, de segunda a sexta). "O edifício foi concebido para favorecer o fluxo de pessoas e minimizar as aglomerações nas portas dos trens", afirma o supervisor-geral Ricardo de Almeida.
A exemplo do que ocorreu em outros projetos recentes, as antigas catracas deram lugar a portas de vidro automáticas de 1,80 metro de altura, e as escadas rolantes funcionam a 0,75 metro por segundo - quando não há ninguém sobre elas, a velocidade cai para 0,25 metro por segundo. Para o dia 30 de junho está programada a integração com uma plataforma da CPTM, hoje antiquada, que está sendo reformada para ficar fisicamente mais próxima da nova estação do metrô - e também à sua altura no aspecto visual.
Fonte: Revista Veja SP, 11 de maio de 2011