Todos os anos, a CET divulga os dez cruzamentos mais perigosos para pedestres. Vários deles se repetem no período entre 2006 e 2010, mas, de acordo com levantamento do Estado de S. Paulo apenas quatro estiveram presentes em todas as listas. Juntos, foram responsáveis por 88 atropelamentos ao longo dos cinco anos.
"Nós já temos mapeados esses cruzamentos. Em alguns deles, é possível criar alguma solução de engenharia e estamos concluindo estudos para isso. Mas o principal é a mudança de comportamento mesmo", diz a superintendente de Educação e Segurança da CET, Nancy Schneider. Amanhã (dia 11/05), será lançada uma campanha para a conscientização de pedestres e motoristas.
Um dos exemplos apontados pela CET de exigência de mudança de comportamento fica no cruzamento mais perigoso dos últimos três anos: o da Brigadeiro Luís Antônio com a Paulista. Foram 33 atropelamentos no período. A contradição é que nesse local há um semáforo com tempo suficiente para travessia, faixa de pedestres e até uma grade para impedir a passagem em local impróprio. Mesmo assim, é comum flagrar pessoas fora da faixa.
Situação semelhante ocorre em outro cruzamento recorrente entre os mais perigosos, o formado pela Ipiranga com a São João.
"Apesar de bem sinalizado, pedestres acabam aproveitando a brecha entre os carros. Isso acontece porque o desrespeito é tão grande que o pedestre já não acredita na prioridade que tem na faixa", diz o consultor de tráfego Adauto Martinez Filho.
Mas nem todos os cruzamentos têm boa estrutura. No formado pelas avenidas do Estado e Santos Dumont, a travessia da segunda avenida precisa ser feita em três tempos, porque a duração do semáforo verde para os pedestres permite atravessar apenas uma pista por vez.
Marginal do Tietê
Quando são analisadas as vias em toda a sua extensão e não tomando como focos os cruzamentos, a Marginal foi o local com mais mortes por atropelamento em 2010: foram 21 casos.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 10 de maio de 2011