Resende aponta que, nesse contexto, a aceleração dos processos de concessão de rodovias para a exploração das empresas privadas aparece como grande solução para o dilema do investimento. "Primeiro, porque o poder público investe na melhoria, mas não acumula despesas futuras no orçamento, justamente pela desobrigação da manutenção. Segundo, porque se espera que a empresa concessionária tenha capital para investimentos permanentes nessa manutenção e no aprimoramento do sistema viário concedido", justifica.
Resende conclui que privatizar é desonerar o governo e garantir bons serviços à população, no entanto, resta uma questão pendente, que é o pedágio cobrado pelo uso do trecho privatizado. Para ele, a resposta deve ficar com o poder público. "Várias cobranças de impostos e de contribuições recaem sobre a sociedade, nesse caso também o usuário dos trechos concedidos, que, aliadas ao pedágio, passam a ser vistas como cobrança múltipla pelo mesmo serviço", diz. Ele sugere como uma das soluções o direito de abater, na declaração de Imposto de Renda pessoa física ou jurídica, os gastos com pedágio.
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP), 25 de setembro de 2007