Os dados da Secretaria municipal de Meio Ambiente apontam ainda que, de 2011 a 2013, os níveis de partículas inaláveis na estação de monitoramento do ar do Centro caíram 16,62% na média anual. De acordo com a secretaria, as mudanças no trânsito de veículos, como a implementação de corredores de ônibus BRS e a diminuição do número de vagas em estacionamentos para veículos particulares podem ter influenciado esses números. Em nota, o órgão afirmou que sempre que ocorre diminuição do fluxo de veículos é gerada uma expectativa de redução da emissão de poluentes atmosféricos. Ainda assim, o cenário não é tão animador. Segundo o monitoramento, feito entre janeiro e 3 de agosto deste ano, só dois bairros - Centro e São Cristóvão - tiveram mais da metade dos dias com o índice de qualidade do ar considerado bom.
No Centro, o ar esteve bom durante 152 dias, ou 70,7% do total, enquanto em São Cristóvão o ar esteve bom por 121 dias, ou 56,3%. Já os bairros de Irajá e Bangu tiveram os piores índices, com ar considerado bom em apenas 68 (31,6%) e 43 (20%) dias, respectivamente. Irajá e Bangu são próximos à Avenida Brasil e à Via Dutra, onde há muita emissão de gases veiculares, além de ser uma região entre duas montanhas, o que dificulta ainda mais a dispersão das partículas, informou Bruno Franca, engenheiro químico e gerente do programa da prefeitura. Ele explica também que houve uma melhora na qualidade dos combustíveis nos últimos anos, o que diminui o nível de emissão de gases. Influência da estiagem Muito embora o monitoramento da prefeitura aponte para uma melhora na qualidade do ar no Centro na maior parte dos dias deste ano, a escassez de chuvas acaba contribuindo para uma piora nos níveis de poluição, segundo especialistas.
A pesquisadora da Coppe, da UFRJ, Paulina Porto, especialista em poluição veicular, explica que a diminuição do fluxo de veículos ajuda na qualidade do ar do Centro, mas ela lembra que devemos levar em conta as condições meteorológicas. Quando chove a atmosfera é lavada. É uma limpeza natural do ar.
Fonte: O Dia (RJ), 29 de agosto de 2014