Os incentivos serão concedidos pela prefeitura também para outros projetos empresariais nas atividades de cultura, turismo, serviços e gastronomia. "Numa segunda etapa, também devem ser incluídos pequenos empreendimentos industriais em novas áreas", disse o secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Cultura, Guilherme Bellintani.
A proposta está sendo concluída pela equipe técnica da secretaria de Bellintani, para envio, "em até 20 dias no máximo", como projeto de lei para apreciação pela Câmara de Vereadores.
Segundo o secretário, os últimos detalhes já estão sendo fechados junto ao gabinete do prefeito e à Secretaria da Fazenda, seguindo o exemplo do CID implantado em São Paulo, na chamada região da Cracolândia e também no estádio do Itaquerão.
Na capital paulista, o certificado é um papel negociável no mercado e que só pode ser utilizado para compensação tributária. Ou seja: uma empresa pode usá-lo apenas para pagar ou abater o valor que tem a recolher relativo a tributos municipais, como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Condições
De acordo com Bellintani, há diferença das regras previstas para concessão do CID, em relação a outros projetos de incentivo fiscal. "Normalmente, se prevê redução de alíquota para projetos que se instalem em determinada região, independentemente do valor e do tipo do empreendimento".
No caso do CID, para obter o benefício, não basta apenas lançar um novo empreendimento nas áreas previstas. "Será preciso investir em um projeto novo dentro do perfil de desenvolvimento para a região, que está sendo desenhado pela prefeitura; o projeto então será avaliado pela equipe técnica municipal e, caso seja aprovado, obterá o crédito tributário de 30%, 40% ou 50%, a ser concedido somente após a conclusão e entrada em operação do o projeto", explica.
Isto significa que uma empresa que investir até R$ 5 milhões em edifícios-garagens na Barra pode obter até R$ 2,5 milhões em crédito tributário, "para lançamentos futuros", como ressalta o secretário, destacando que o CID não poderá ser usado para o pagamento de débitos anteriores à conclusão do projeto. A variação entre 30% e 50% será dada quanto maior for o volume do investimento.
"Sem retorno"
"A menos que a prefeitura garanta atividades constantes na Barra, o CID, por si só, pode não ser um atrativo suficiente para grandes investimentos em estacionamentos no local". A opinião é do coordenador regional de uma rede de estacionamentos em Salvador. De acordo com ele, o custo médio de construção de um estacionamento é de R$ 700 por metro quadrado. O investimento hipotético de R$ 5 milhões poderia, segundo ele, ser aplicado em um prédio de até 6 pavimentos, com 300 vagas. "Mesmo com CID, o movimento atual não justifica".
Fonte: A Tarde (BA), 25 de setembro de 2014