O número de multas aplicadas por ausência de cartão nos estacionamentos rotativos nas cidades da região aumentou 119,9% nos primeiros cinco meses deste ano, se comparado ao mesmo período de 2015. Segundo dados fornecidos pelos municípios de São Bernardo, São Caetano e Mauá, de janeiro a maio deste ano, foram aplicadas 22.917 autuações, ante 10.422 no mesmo período do ano passado.
O Código de Trânsito Brasileiro prevê multa de R$ 127,69 para a infração, além da perda de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A legislação também estabelece que 95% do valor arrecadado seja revertido em ações de melhoria do trânsito, como sinalização. A cidade da região que registrou maior crescimento dos índices foi São Caetano, onde o número de multas aplicadas saltou de 945 no ano passado para 10.415 de janeiro a maio deste ano.
A justificativa apontada pela prefeitura foi que em2015 aempresa que administrava as áreas de zona azul em São Caetano estava em fase de implantação. “Foi o período em que foi criada toda a operacionalização do sistema. Já em 2016, tudo já está funcionando com 100% da capacidade”, declarou por meio de nota. São Caetano conta com quatro mil vagas para estacionamento rotativo. A permanência máxima na vaga é de três horas. Em São Bernardo, 5.976 multas foram aplicadas em 2015 contra 8.950 neste ano. Já em Mauá, as autuações passaram de 3.501 para 3.552 em um ano.
Queda
Santo André foi a única cidade da região que registrou queda no número de multas aplicadas. Nos cinco primeiros meses de 2015 foram 6.491 autuações contra 5.753 aplicadas neste ano.
Vaga rotativa é sistema ultrapassado, diz especialista
Na avaliação de Creso Peixoto, professor de Engenharia Civil da FEI e mestre em transportes, o sistema de estacionamento rotativo no centro das cidades como alternativa para otimizar o espaço está ultrapassado. De acordo com Peixoto, o modelo foi desenvolvido há cerca de 40 anos e não atende mais as necessidades de mobilidade.
“Levando em consideração os congestionamentos, e consequentemente, o tempo que as pessoas gastam para se locomover nos centros da cidade, é preciso pensar em um sistema que otimize o tempo e espaço, como investimentos no transporte coletivo”, disse. A outra alternativa apontada pelo professor é, em vez da rua, utilizar espaços ociosos já existentes nos centros comerciais como estacionamentos rotativos.
Fonte: Jornal Destak - ABC - 04/07/2016