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A extorsão da flanela continua, apesar da lei

 

No início deste mês, terminou o prazo para a regulamentação da chamada "Lei dos Flanelinhas", que prevê multa de 1.500 reais para quem coagir motoristas a pagar para estacionar na rua. Como nada saiu do papel, cerca de 5.000 guardadores espalhados pela metrópole continuam atuando livremente. No domingo do Dia das Mães (13), em Perdizes, pelo menos 50 guardadores de carro, a maioria deles vestindo colete reflexível como uniforme, disputavam a atenção dos fãs de Ozzy Osbourne nos arredores do Allianz Parque antes do show do roqueiro inglês.

Na Rua Diana, próximo ao estádio, um motorista tentou tirar dois cones que reservavam uma vaga em frente à guia rebaixada de um comércio fechado, mas foi impedido por quatro homens que se apresentaram como "os donos do espaço".

Perto dali, na Rua Tucuna, cinco flanelinhas dividiam os pontos em um mesmo quarteirão, com cones e caixas de madeira, também no aguardo dos espectadores. No pedaço, os preços estabelecidos variavam de20 a40 reais. No mesmo dia, em Itaquera, os guardadores se espalhavam à espera dos 35.000 torcedores do jogo entre Corinthians e Palmeiras, que desembolsavam de10 a40 reais, a depender da distância do estádio. Por ali, os estacionamentos improvisados ocupavam desde pedaços de praças cobertas por mato até terrenos baldios contíguos a conjuntos habitacionais.

Ao sancionar a nova lei - projeto de autoria do vereador Fernando Holiday, do DEM -, em 2 de fevereiro, o então prefeito João Doria estipulou o prazo de 90 dias para a sua regulamentação, já encerrado, e foi enfático em um vídeo postado nas redes sociais. "Na nossa gestão, flanelinha não tem vez", bradou o tucano, em post com mais de 1 milhão de visualizações no Facebook. A ideia era pôr a Guarda Civil Metropolitana para realizar a fiscalização. Nesse meio-tempo, Bruno Covas assumiu a prefeitura e o assunto ficou estacionado.

Após a implantação do mecanismo eletrônico, os guardadores pararam de comercializar os documentos ilegais, mas diversificaram as táticas de cobrar mais caro. Nas imediações da Rua Cantareira, no centro, a hora das vagas rotativas sai por 10 reais, o dobro do preço oficial. Como não possuem autorização para vender pelas vias legais, muitos flanelinhas utilizam celulares para inserir os créditos, apesar de o sistema permitir a inclusão de apenas três placas de carro por aparelho. "Eles andam com sacos de telefones furtados", diz uma comerciante do entorno.

Fonte: Revista Veja São Paulo - 23/05/2018

Categoria: Geral


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