Mas eles têm limite de 36 fotos. Ou seja, quando essa quantidade é atingida, ficam inoperantes até que o rolo de filme seja trocado.
São os únicos radares da cidade que pertencem à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) - os outros são alugados de empresas.
Eles deveriam ter sido aposentados em 2011, mas a gestão Gilberto Kassab acabou renovando os contratos com as duas empresas responsáveis pela troca e revelação dos filmes.
Neste ano, a administração de Fernando Haddad também renovou até outubro os contratos, por R$ 100 mil no total. Incluiu, porém, a possibilidade de rescisão.
Rondas
Para retirar o filme já batido e substituí-lo por outro, uma das empresas precisa passar ao menos duas vezes por dia em cada um dos 156 radares analógicos sob seus cuidados. São oito equipes que checam os aparelhos e trocam os filmes, fornecidos pela CET, quando necessário.
Outra companhia é paga para recolher os filmes na CET, revelar as fotos e entregá-las para o processamento das multas. Tudo em até 24 horas.
No ano passado, foram reveladas cerca de 216 mil imagens, mas elas renderam só 23 mil multas - 22.251 por avanço de sinal e 1.423 por invasão à faixa, que representam somente 4% do total das duas infrações registradas em 2012.
Isso porque a tecnologia ultrapassada faz com que muitas fotos sejam descartadas por baixa qualidade ou por estarem erradas - os radares flagram qualquer veículo que invada a faixa de ônibus, inclusive táxis, que têm autorização. Além disso, não funcionam à noite.
"Quando eles foram implantados era o que havia disponível. Trouxeram muitos benefícios, reduziram as infrações e os acidentes. Mas a modernização é necessária e já deveria ter ocorrido", diz o consultor Sergio Ejzenberg.
Dia 26, a gestão Haddad anuncia em audiência pública nova licitação para contratar empresas especializadas em radares - os contratos dos alugados começam a vencer em agosto -, o que deve aposentar de vez os rolos de filme.
Fonte: Folha de S. Paulo, 26 de abril de 2013