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Lançamentos de prédios com lojas crescem com incentivos

Os lançamentos imobiliários com algum tipo de comércio no térreo, modelo conhecido como fachada ativa, estão crescendo em São Paulo. Levantamento da plataforma de inteligência Urbit, em parceria com a Órulo, mostra que o número de novos projetos desse tipo passou de 3 por ano em 2014 para 68 em 2023, após atingir o pico de 78 em 2022.

O total de lançamentos residenciais na cidade também aumentou nesse período, mas sofreu oscilações em anos de turbulência econômica (veja gráfico acima), algo que não aconteceu com os novos projetos que levam fachada ativa.

Não à toa, o crescimento desse tipo de prédio se intensificou após 2018. Está mais comum encontrar lojas comerciais na fachada porque isso é incentivado desde o Plano Diretor de 2014 - revisado em julho do ano passado. Entretanto, foi com a reavaliação da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, (Lei de Zoneamento), em 2016, que as regras para os incentivos da fachada ativa ficaram mais claras.

Essas fachadas aumentam a interação dos pedestres com as construções e a movimentação nas ruas, e aproximam o comércio e os serviço das moradias.

“Antes os empreendimentos eram totalmente murados, você deixava o entorno do seu empreendimento inseguro”, afirma Ricardo Zylberman, sócio da incorporadora MagikLZ, que faz prédios com fachadas ativas. Ele já teve uma empresa apenas para fazer centros comerciais, a Florida, que hoje funciona como braço da incorporadora.

A área da loja que fica na fachada é considerada não computável pela prefeitura, ou seja, não entra na conta do quanto se pode construir no terreno. Na prática, é um ganho “gratuito” de construção para a incorporadora, que pode lucrar com a exploração desse comércio.

É preciso cuidado, no entanto, para que o benefício ao construtor não vire um problema para o condomínio, se o espaço ficar vago ou não for bem aproveitado.

Antes os projetos eram totalmente murados, deixava o entorno inseguro”

Executivo de uma incorporadora, que pediu para não ser citado, diz haver a percepção de que muitas dessas lojas se tornaram “pepinos” para os construtores, por falta de demanda comercial.

Luiz Henrique Costa, presidente da HBR Realty, que foi gerada a partir da incorporadora Helbor para criar e gerir espaços comerciais em prédios, lembra que uma loja abandonada pode desvalorizar o empreendimento. “É uma preocupação que aumenta a responsabilidade de fazer a fachada ativa”, afirma.

Valor Econômico – SP, 26/01/2024

Categoria: Geral


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