Por Jorge Hori* - Em continuidade ao levantamento dos estacionamentos existentes no Centro de São Paulo, foi pesquisada a região que envolve a principal área de escritórios, onde estão as principais repartições e sedes de empresas estaduais e algumas municipais. Abrange a área da rua Boa Vista, da rua Líbero Badaró e o entorno dos calçadões. Segue pela área do Mercado Central e do polo comercial da rua 25 de Março. Atende a três clientelas diferenciadas: os empregados e visitantes dos escritórios, os compradores que buscam o comércio popular e os comensais dos restaurantes do Mercado Central e de outros especializados da área. Esta última é uma região escolhida para receber garagens subterrâneas, mas que nunca foram efetivadas.
Volta em direção à parte alta, alcançando a área da Estação da Luz e o lado esquerdo da Av. Cásper Líbero, onde está a entrada do Metrô e remanesceram vários edifícios de escritórios, deteriorados, e um comércio semipopular.
Foi identificado um grande número de estacionamentos - 136 -, com 9.383 vagas e ocupação de 446 funcionários. A média de 69 vagas por estacionamento indica a predominância de estacionamentos de pequeno porte. Muitos ocuparam lojas comerciais e agências bancárias desativadas. A área é servida internamente por uma estação de metrô, da Linha Amarela, com conexão com a Linha Azul e o terminal ferroviário da CPTM, e abriga ainda o Terminal de Ônibus do Parque Dom Pedro. Lá se situa também uma estação metroviária da Linha Leste (vermelha). Próximas aos seus limites estão as estações Sé, com a conexão da Linha Vermelha com a Azul, e a estação República, da Linha Amarela. É uma área bem servida por transporte coletivo.
Apesar disso, não é um local com vitalidade imobiliária.
A pesquisa do Sindepark dividiu o Centro em cinco partes. O conjunto das quatro subáreas pesquisadas até agora pelo Sindicato contempla 320 estacionamentos, com 22.887 vagas. Empregam cerca de 1.000 trabalhadores.
Esse volume de estacionamentos e vagas indica a existência de uma importante demanda de carros para a área central, colocando a dúvida de se essas vagas atraem os carros ou se são essenciais para manter o remanescente de vitalidade da localidade. Os indícios são de que a eventual eliminação dessas vagas aceleraria o processo de degradação do Centro de São Paulo.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.