Os principais projetos desejados, que ajudariam a atingir tais objetivos, são a "cidade de 30 minutos" (20,1%) - em que o tempo médio de qualquer deslocamento dentro da capital duraria no máximo meia hora -, o "rios vivos" (19,9%), de revitalização dos córregos urbanos, e o "comunidades" (17%), de urbanização e acesso a cultura e lazer em qualquer ponto da cidade, inclusive favelas.
"Os rios vão ser recuperados mesmo, porque não é possível tirar toda a carga poluidora. Mas serão rios com uma boa cor na água, em alguns teremos vida. As pessoas querem que os rios voltem a ser parte da paisagem", diz o secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, para quem será primordial investir em transporte público de massa.
Futuro
Em 30 anos, o governo deveria ainda prover infraestrutura adequada (23%), recuperar a qualidade ambiental (21%) e aproximar moradia e emprego (21%) de quem vive na capital. O SP2040 prevê que um documento seja formalizado para orientar as políticas públicas municipais para que a cidade alcance os objetivos traçados agora. Mas, apesar de a aprovação do planejamento de longo prazo ser de 93%, somente 49% creem que ele se tornará realidade.
Para garantir que o plano seja seguido pelos próximos sete governos municipais, 22 entidades da sociedade civil, como o Movimento Defenda São Paulo, foram convocadas a integrar um conselho consultivo.
"Essa questão (o cumprimento dos objetivos) está muito ligada ao engajamento da sociedade. O monitoramento é o que pode dar respaldo para que um plano de 30 anos se torne realidade e direcione as transformações necessárias", diz Bucalem. "A apropriação do plano pela cidade é fundamental."
A pesquisa
A maior parte dos participantes respondeu ao questionário pela internet: foram 12.654 formulários preenchidos. Em seguida, vieram as respostas dadas em tablets distribuídos em pontos fixos da cidade. Também foram ouvidas pessoas em grandes aglomerações, como parques, terminais do Metrô e da CPTM, além de aeroportos e Centros Educacionais Unificados (CEUs).
Por região da cidade, a que teve maior participação de moradores engajados na consulta foi a zona leste, com 29%, seguida pelas zonas sul, com 25%, e oeste, com 22%. O perfil da pesquisa indica ainda que das mais de 25 mil pessoas 43% tinham curso superior completo e 33% eram pós-graduadas. Apenas 1% tinha somente o Ensino Fundamental.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 12 de janeiro de 2012