Estudo elaborado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo (Setcesp) identificou 32 bairros críticos para o estacionamento de carga e descarga na capital. Entidade disse estar disposta a realizar uma parceria com a Prefeitura de São Paulo para ampliar e melhorar as áreas de zona marrom.
O secretário de Mobilidade e Transportes, Sergio Avelleda, esteve presente em uma reunião com o Sindicato e empresas do setor dia 14, onde foi apresentado um programa para melhorar a mobilidade do transporte de mercadorias. De acordo com o presidente do Setcesp, Tayguara Helou, o planejamento é começar a implantação do programa pelos bairros e áreas mais problemáticos: Brás, Centro e República, locais com maior quantidade de comércio e grande circulação de mercadorias.
O Brás tem 41 vagas existentes e 39 solicitadas, no Centro são 34 vagas existentes e mais 34 solicitadas, e na República são 9 vagas existentes e 13 solicitadas. "Nossa proposta é melhorar a sinalização já existente, muitas estão desgastadas e não se vê mais que o local é para carga e descarga, criar novas vagas e desenvolver aplicativo para a zona marrom e azul com a tecnologia de geoposicionamento", diz Helou.
Segundo Helou, o aplicativo da zona azul não diferencia as vagas para veículo de passeio e de carga, gerando irregularidades. "Com a tecnologia de geoposicionamento, o aplicativo consegue identificar as vagas de zona destinadas para azul e marrom, impedindo que um veículo de passeio, por exemplo, estacione na vaga de carga e descarga, explicou o presidente. Na reunião, o Secretário expressou interesse pelo programa, mas disse que ele precisa ser avaliado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em nota, a CET disse que recebeu as propostas e está avaliando com os técnicos a viabilidade do programa. A Companhia não informou o prazo para esta avaliação.
De acordo com o presidente, mesmo que a CET não aprove o programa, a entidade continua interessada na parceria para reformular as vagas já existentes.
Impacto no comércio
De acordo com Helou, a carência de vagas para carga e descarga nos principais bairros da cidade e o uso indevido por veículos de passeio afeta a produtividade dos transportadores e, por fim, impacta no preço final da mercadoria. "Hoje com apenas um veículo o transportador não consegue fazer todas as entregas em tempo hábil. Por conta disso, ele aumenta a frota de veículo na cidade, afetando a mobilidade, e o produto final encarece", disse.
Estimativa
Com a ampliação das vagas, seria possível fazer até 17 entregas/dia por veículo, com uma permanência de 56 minutos na vaga. A reformulação da distância percorrida pelo entregador até a loja impacta neste tempo. No Brás, por exemplo, o entregador percorre de300 a400 metrosaté o comércio, quando o ideal é que ele percorra até150 metros.
Fonte: DCI - 17/02/2017