A posição, porém, tem causado polêmica dentro da companhia. Técnicos veem a medida com reserva e afirmam que simulações feitas em computador nos últimos anos não apontaram melhora no trânsito no longo prazo. Estudos mostraram que o custo-benefício do horário ampliado seria baixo, ou seja, haveria um aumento significativo na restrição sem uma redução dos congestionamentos na mesma medida. Entre os problemas, dizem engenheiros da CET ouvidos pela Folha, está a impossibilidade de programar o uso do carro ao longo do dia. Eles também avaliam que pode haver aumento da frota, pelo estímulo maior a um segundo carro ou moto. Os estudos apontam que o melhor seria ampliar a área do rodízio.
A CET chegou a planejar a implantação em 371 km de vias fora do centro expandido em abril, mas a gestão suspendeu a medida. Dados dos três dias de rodízio ampliado apontam que a lentidão ficou quase o tempo todo abaixo da média, mas a CET avalia que é preciso ter base maior para uma análise. Comparação feita pela Folha da lentidão de terça (1º) com a média das terças de julho de 2013 aponta redução de 33% no entrepico (das 10h às 17h) e de 54% no pico da tarde (das 17h às 20h). Mas a análise é influenciada pela conjuntura de férias escolares, Copa e interdições. Apesar de ser favorável ao rodízio ampliado, Tatto afirmou que tornar a medida permanente "não está na pauta política nem na secretaria nem no gabinete do prefeito". Haddad diz que a medida só foi adotada porque a Câmara barrou feriados na Copa.
Fonte: Folha de S. Paulo, 3 de julho de 2014