Por Jorge Hori*
Trabalhadores que puderam comprar um carro financiado, durante o "boom" ocorrido na primeira década, encontraram nos aplicativos tipo Uber a saída para poder pagar as prestações e ainda ter uma renda, após perder o seu emprego.
Com a retomada da economia, alguns vão voltar aos empregos com carteira, mesmo após a eventual aprovação da reforma trabalhista.
As condições de trabalho dos motoristas são insustentáveis, por muito tempo.
O número de motoristas vai diminuir e o tempo de espera vai aumentar. Assim como os preços.
Mas vai demorar, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A retomada só se consolidará com a redinamizaçao do circuito interno: + compra, + vendas no comércio e serviços; + encomendas; +produção; + empregos, + massa salarial ; + compras.
Essa redinamização depende de ingresso adicional fora do circuito. A esperança do Governo era o saque na contas inativas. Mas os bancos capturaram a maior parte para receber os seus créditos pendentes. Pouco sobrou para as compras.
A principal fonte é a renda do agronegócio, que já está movimentando a economia das cidades mais próximas dos produtores e virá por ondas, até chegar às grandes capitais. Com o risco do desvio dos recursos para gastos no exterior. Poderá chegar como "marolinha", mas ajudará na redinamização. A movimentação maior só ocorrerá em 2018, ou 2019.
Um reflexo mais significativo sobre os estacionamentos não deverá ocorrer antes.
O retardamento na retomada dos empregos decorre ainda dos avanços de tecnologia, com a substituição da mão-de-obra.
Os estacionamentos só recuperarão parte da sua clientela. Os profissionais que voltarem a trabalhar nos escritórios são os potenciais clientes, com retorno dos benefícios concedidos pelos empregadores. No entanto algumas empresas optarão pela concessão de "voucher" para uso dos carros chamados por aplicativos. A sua disseminação dependerá do entendimento sobre a natureza do beneficio. Se for considerado adicional do salário, com incidência de encargos, a sua aplicação será restrita.
Já parte dos avulsos não voltará. Para ir apenas a uma reunião, o custo do estacionamento poderá ser maior do que o da viagem por táxi ou similar.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.