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Renda do usuário é que vai impactar mercado de estacionamentos

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Por Jorge Hori*

2018 é ano de eleição geral e como tal a opinião publicada, açulada pelos meios de comunicação, fica excitada em acompanhar cada capítulo diário da "novela", mesmo sabendo o que vai acontecer nos seguintes. Até mesmo como vai acabar.

Os empresários fazem parte dessa opinião publicada, e são amplamente afetados pelo noticiário, pela manhã, pela noite. Mas durante o dia precisam trabalhar para "ganhar dinheiro". Sem o que não sobrevivem.

Precisam estar atentos ao mercado e tomar as devidas decisões e ações para a continuidade dos seus negócios.

O dito mercado, isto é, o conjunto das ações dos agentes econômicos está pouco ligando para o que dizem e escrevem os analistas sobre ele. Eles, que sempre erraram nas previsões, parecem ter perdido de vez a credibilidade.

O que os consumidores querem saber é se podem ou não comprar o que desejam. Depende, de um lado, da sua receita, seja a atual, como a perspectiva futura. De outro, da sensação de encarecimento: "Está caro ou barato"?

Os consumidores ainda não estão seguros em relação ao futuro. Alguns ainda estão desempregados, muitos dos quais sobrevivendo de "bicos". O que para as estatísticas e para os analistas aparece como "trabalho informal". Considerado pela maioria como indesejável, apesar de muitos deles atualmente trabalharem como autônomos, PJs ou "frilas".

Embora os índices gerais de inflação mostrem uma desaceleração, para o consumidor interessa o preço da sua cesta de compras. Dizer para a compradora na feira ou no supermercado que a inflação baixou quando ela tem que comprar o tomate não faz sentido. Ela vai prestar mais atenção ao que subiu de preço e não no que ficou estável ou até baixou.

As perspectivas da economia são a de um conjunto de segmentos, que não tem as mesmas visões e comportamento.

O mercado não está, nem será afetado pelas eleições. Estas já fazem parte do horário de entretenimento. É mais uma novela.

Porque, quem quer que seja o novo Presidente da República, não vai ter condições de conduzir a economia. A principal e, na realidade, única preocupação do mercado é se o novo Governo vai aumentar os impostos. E todos os candidatos vão afirmar peremptoriamente que não irão.

Para o negócio dos estacionamentos a perspectiva mais importante é o segmento dos proprietários de carros, com renda líquida disponível para o seu uso cotidiano.

Há uma inegável retomada nas vendas internas de automóveis, decorrente - na maior parte dos casos - de substituição do carro atual. O aumento líquido da frota de carros novos, deduzidos os "seminovos" vendidos em troca, é pequeno. São poucos os novos entrantes nesse segmento. O que decorreria do menor interesse das novas gerações em ter o seu carro próprio.

Os seminovos não saem do mercado, engordam as estatísticas, mas são adquiridos por pessoas com limitações financeiras. Enquanto estiverem pagando o financiamento do carro, não têm condições de despesas adicionais com combustível e com estacionamento. O carro não será usado cotidianamente, para a locomoção para o trabalho. A menos dos autônomos e similares que têm que se locomover entre diversos locais de trabalho.

O mercado de carros novos vem se recuperando, com sucessivos aumentos de venda, mas apenas parte se refletirá em aumento de demanda dos estacionamentos pagos.

Um indicador mais importante para o setor é o de importações de automóveis. Com o fim do Inovar-auto e das sobretaxas sobre as marcas sem produção nacional, está ocorrendo um aumento de importações neste começo de ano. Uma pequena parte é de carros de luxo, que terão pouca circulação. A maior parte é de carros médios que concorrem com os nacionais, pelo preço. E pela sensação de maior qualidade, em alguns casos.

Essa frota adicional é uma demanda para os estacionamentos pagos.

Os seus proprietários querem ter segurança que os manobristas saberão lidar com os seus carros.

O mercado de carros está ampliando a diferenciação de produtos.

Os estacionamentos estão preparados para atender a essa diferenciação?

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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