Poucos dias após o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, afirmar que o planejamento e a construção de garagens subterrâneas na cidade podem depender das parcerias público-privadas (PPP), A Tribuna apurou que o assunto deve permanecer estacionado até o segundo semestre. Depois de ser indicada como uma excelente solução para o problema de falta de vagas no Centro e no Gonzaga, o pedido dos lojistas dos dois bairros deve ser levado em banho-maria, agora que a Administração Municipal celebrou um contrato com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para estudar a viabilidade técnica, ambiental e econômica de futuras PPPs.
Há dois anos, um levantamento feito no Valongo já indicava essa demanda no Centro da Cidade. Em outro estudo, o Município calculava criar ao menos 247 vagas no Gonzaga, 1.044 no Centro, 67 no Boqueirão e 129 na região da Rua Carvalho de Mendonça. Além dos bairros citados que são polos comerciais, a Cidade mantém estacionamento regulamentado na Vila Nova, área do Mercado.
Atualmente, Santos tem 1.811 vagas regulamentadas, aquelas em que o cidadão adquire um cartão que concede o direito de permanecer estacionado por 1 ou 2 horas no local. No próprio Palácio José Bonifácio, o projeto não é um consenso. Há quem defenda a instalação das novas vagas no subterrâneo da sede do Poder Executivo Municipal, por exemplo. Já no Edifício Arquiteto Aníbal Martins Clemente, sede da Prodesan e onde funciona a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), a ideia tem menos fôlego. “Em princípio, a posição da Sedurb (Secretaria de Desenvolvimento Urbano) é implantar este tipo de equipamento em localizações periféricas no centro e nas centralidades da orla, de forma que o trânsito de acesso aos estacionamentos não provoque congestionamento nos bairros”, explica Belanizia Moncorvo, secretária-adjunta da Sedurb.
PRIORIDADE A depender do posicionamento da secretária-adjunta, a possibilidade de intervenção no tecido urbano no entorno da Prefeitura é praticamente nula, até porque o Palácio José Bonifácio é tombado. A Tribuna apurou que os técnicos da Sedurb não devem se voltar para esta questão por enquanto. Tudo porque estão focados no desenvolvimento do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. A escolha tem um fundamento: a partir de abril, os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes que não tiverem o documento valendo como lei poderão ficar de fora dos repasses federais para obras de mobilidade urbana.
Fonte: A Tribuna (Santos), 10 de fevereiro de 2015