Os carros com motor 1.0 começaram o ano com fatia de 39,4% nas vendas de automóveis, a maior desde junho de 2012, quando esse segmento representou 40,4%. A participação dos carros de um litro vinha regredindo, mas mostrou sinais de recuperação durante o ano passado: “Isso ocorreu pela quantidade de lançamentos de 2014. Essa oferta estimulou a demanda”, afirma Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Os 1.0 devem permanecer em alta este ano pela boa oferta de modelos e também por causa da volta à cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sem as isenções que ocorreram até dezembro. Em relação à possibilidade de, no futuro, ficar estabelecida maior tributação para carros 1.0 sobrealimentados (e por isso tão ou mais potentes que modelos com cilindrada mais alta), Moan disse: “Nossa carga tributária é a maior do mundo e vamos defender sua redução permanentemente”.
O presidente da Anfavea também citou o reflexo das novas regras que agilizam a retomada do veículo em caso de inadimplência: “De dezembro para janeiro, as vendas financiadas já cresceram de 63% para 66%." A alta aconteceu no sentido oposto do número total de licenciamentos, que teve grande recuo no primeiro mês de 2015, de 18,8% ante o mesmo mês do ano passado para 253,8 mil unidades.
A retração mais acentuada, de 28,8%, ocorreu no mercado de caminhões. A menor, 8,1%, foi para os ônibus. Os emplacamentos de automóveis caíram 18,6%. “Já esperávamos um primeiro trimestre muito ruim por causa das medidas macroeconômicas anunciadas pelo governo”, diz Moan.
Fonte: revista Automotive Business, 5 de fevereiro de 2015