Este Grand Prix não é exatamente eficiente no uso do espaço, mas é gritantemente belo de forma atipicamente (para a General Motors) sóbria, bem ao estilo do formoso Fiat 130 cupê desenhado pelo estúdio Pininfarina. Mas esse Pontiac veio ao mundo cinco anos antes. Os modelos 1963 e 1965 do Grand Prix tinham viseiras sobre os faróis sobrepostos, mas o 1964 tem faróis elegantemente "limpos", sem elementos supérfluos vilões da aerodinâmica.
Após um longo período construindo carros com soluções infelizes, a GM voltou-se às colunas. As simples e lineares da década de 1960. Neste Grand Prix, toda a estrutura superior é pura, tanto clássica quanto elegante. A curva invertida nas bordas das colunas traseiras e a lanterna traseira côncava remetem aos desenhos britânicos no estilo de faca, muito apreciado por Bill Mitchell, mas o visual geral é insistentemente americano. As formas da carroceria inferior são lineares, com apenas uma discreta elevação na linha da cintura sobre a roda traseira, infelizmente exagerada no modelo 1965.
Lábios cromados nas aberturas dos para-lamas - as dianteiras maiores que as traseiras, mas no mesmo estilo retangular - pontuam o perfil lateral, assim como os frisos cromados do teto. Mitchell fez bastante uso de cunhas, que ele comparava a vincos em um terno bem alinhado. Há uma no meio do capô, uma em cada para-lama dianteiro e uma versão inchada na lateral dos para-lamas traseiros, dando vida aos painéis laterais simples
Seja com motores V8 6.4 ou 6.9 litros, havia potência de sobra para dar a esse carro "pessoal" - superior a qualquer Chevrolet - um desempenho empolgante, e seu entre-eixos de três metros garantia uma direção suave. Deveria haver um descendente adequado deste carro no mercado hoje, mas não há, nem nunca haverá.
Fonte: Auto Esporte, junho de 2012