"O Brasil está definitivamente vivendo uma epidemia de acidentes de trânsito e o aumento dos atendimentos envolvendo motociclistas é a prova disso. Estamos trabalhando para aperfeiçoar os serviços de urgência no SUS, mas é inegável que esta epidemia está pressionando a rede pública", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O número de mortes em acidentes com motos aumentou 21% nos últimos anos - de 8.898 em 2008 para 10.825 óbitos em 2010. Com isso, a taxa de mortalidade cresceu de 4,8 óbitos por 100 mil habitantes para 5,7.
No mesmo período, os óbitos em acidentes em geral subiram 12% - de 38.273 para 42.844.
A elevação dos acidentes envolvendo motociclistas fez com que, pela primeira vez nos registros do ministério, a taxa de mortalidade deste grupo superasse a de pedestres (5,1) e a de outros veículos (5,4), como carros, ônibus e caminhões.
Os dados divulgados apontam que os jovens são as principais vítimas: cerca de 40% dos óbitos estão entre a faixa etária de 20 a 29 anos. O percentual cresce para 62% entre 20 a 39 anos e chega a 88% na faixa etária de 15 a 49 anos.
Além disso, as vítimas são predominantemente homens - em 2010, representaram 89% das mortes de motociclistas.
Frota
Além do crescimento de fatores de risco importantes como excesso de velocidade e consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, Malta lembra o crescimento da frota de veículos como fator para o aumento do número de acidentes.
Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o número de veículos registrados cresceu 16% entre 2008 e 2010, passando de 54,5 milhões para 65,2 milhões. Considerando apenas a frota de motocicletas, o aumento foi de 27%.
Fonte: Folha de S. Paulo, 20 de junho de 2012