A calçada tem diversos desníveis e bueiros que dificultam o caminho do pedestre. Em alguns pontos, os antigos postes, que têm a base mais larga, ocupam quase um terço da calçada. Assim, os pedestres têm um pouco mais de um metro de calçada útil para seguir caminho.
Com o asfalto liso e ainda pouco usado por ciclistas, a ciclovia parece um caminho tentador ao pedestre. "Nem percebi que era só para bicicletas", diz o apressado office-boy João Carlos enquanto caminhava na chamativa ciclovia da rua Coronel Xavier de Toledo. Ali perto, um mecânico hidráulico admite a nova utilidade do espaço: "Ficou bonita, mas eu mesmo estou usando para andar".
No início da tarde do dia 4, também no centro, o professor Luiz Santos, 44, que trafegava com sua bicicleta pela faixa exclusiva dedicada a ela, foi obrigado a parar bruscamente para permitir que um idoso atravessasse a rua fora da faixa de pedestre. Ele faz o trajeto da Vila Aricanduva (zona leste), onde mora, até Santa Cecília (centro), onde dá aulas, pedalando. "A ciclovia ficou boa, mas agora, em vez de desviar de carros, temos de desviar das pessoas."
Fonte: Folha de S. Paulo, 5 de setembro de 2014