Nos 2,5 km de extensão dos dois lados da avenida, cones separavam os ciclistas do trânsito dos carros. A disputa por um espaço na ciclofaixa era grande. "A Avenida Paulista é o maior cartão-postal da cidade e estava todo mundo ansioso", diz a cicloativista Teresa D Aprile, fundadora do grupo Saia na Noite, com 30 integrantes fixos.
A ciclofaixa atraiu até mesmo quem não tinha bike. O gerente de pizzaria Clei Barros saiu cedo de carro do Jabaquara, na zona sul, para levar o sobrinho Victor Fernando Amigo, de 13 anos, à Avenida Paulista. Antes de chegar ao destino, os dois retiraram duas bicicletas de um posto do Bike Sampa, serviço de aluguel que cobra R$ 10 a hora.
"Hoje era de graça", diz o estudante Guilherme Vilares, que foi com o pai, Adalberto Parmisciano, dono de estacionamento, e a mãe, a bióloga Mariana. "Temos bicicletas, mas resolvemos testar o aluguel. E ficamos satisfeitos. Funciona."
A novidade fez o trânsito ficar mais lento na região. No início da tarde, a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) registrou 1,4 km de lentidão entre a Rua Frei Caneca e a Avenida Brigadeiro Luís Antonio, sentido Consolação, e 1,3 km entre as Ruas Joaquim Eugênio de Lima e Augusta, no sentido oposto.
Mobilidade
Diretor do CicloBR, instituto de fomento à mobilidade urbana, Felipe Aragonez também foi à Paulista, mas lamenta que a ciclofaixa de lazer não seja uma estrutura fixa. "É bom ganhar outra ciclofaixa, mas não houve praticamente investimento em vias exclusivas para quem usa a bicicleta como transporte."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 3 de setembro de 2012