As primeiras lojinhas, como o Metrô costuma chamá-las, surgiram na década de 1970, quando foram inauguradas as linhas 1-azul e 3-vermelha. Elas se disseminaram ao longo das décadas e, em 2009, somavam cem. A partir daí, entraram em processo de decadência. Em meio a problemas com lojistas e queixas de passageiros, a companhia passou a não renovar os contratos que permitiam as vendas nas estações.
"As lojinhas eram feias, não tinham um padrão visual nem produtos interessantes", afirma Dóris Lemos de Castro Vasconcelos, assistente da Gerência de Negócios do Metrô. "Os usuários às vezes reclamavam, mas não podíamos fazer nada."
Agora, segundo a companhia, as lojas terão de acompanhar um "nível um pouco mais alto", com melhores produtos. Ou seja, vão ter jeito e cara de loja de shopping.
A maior mudança prevista no pacote ocorrerá na São Bento, que dá acesso para a rua 25 de Março. Está prevista ali a instalação de um centro comercial com 42 lojas, com custo inicial estimado em R$ 3 milhões. "Tem lugar até para um restaurante grande, com vista para o Anhangabaú", afirma Dóris.
Caberá ao futuro sócio do Metrô definir quais marcas atuarão ali. Nas demais estações, a intenção é oferecer de remédios a vestidos de noiva. Completam a lista sapatos e chinelos, perfumes, passagens aéreas e pacotes de viagem.
Tudo para elas
Tudo para atrair o principal alvo: as passageiras. "Elas são a maioria dos usuários e as que mais compram", conta a assistente. A base da empolgação é uma pesquisa feita em março deste ano com 600 passageiros, na qual elas apareceram entre os consumidores mais ávidos. "Homem compra lanche, toma café, passa rápido. Já as mulheres preferem os acessórios."
No minishopping da São Bento, o Metrô poderá ficar com parte dos lucros. Ao todo, a companhia prevê a arrecadação de cerca de R$ 4 milhões por ano com o negócio.
Segundo Dóris Lemos, as novas lojas não atrapalharão o fluxo de passageiros no sistema, que apresenta superlotação em três das cinco linhas. "Evitamos os principais corredores de acesso e todos os espaços estão combinados com a operação."
Na linha 4-amarela, da ViaQuatro, a expansão do comércio deverá ser concluída até o início de 2013. As estações receberão, ao todo, 60 lojas. Metade já está instalada.
Fonte: Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 2012