Os casos se concentram nas marginais, sobretudo na Pinheiros, nas faixas do sentido Interlagos, que oferecem mais rotas de fuga pelas imediações e concentram a passagem de veículos dos moradores da região do Morumbi. Embora em menor frequência, as pistas da Tietê também registram ocorrências semelhantes.
No início do mês, militares da Rota mataram dois suspeitos de um roubo, numa perseguição realizada nas proximidades do Viaduto Imigrante Nordestino, na Zona Leste. "Não podemos deixar que esses ataques virem a nova moda da temporada", afirma o tenente-coronel Helson Camilli, um dos responsáveis pelo policiamento de parte da Marginal Pinheiros.
As ações começam depois do entardecer, quando a fraca iluminação das marginais, com lâmpadas de baixa intensidade, muitas delas queimadas, facilita o trabalho dos assaltantes. Para surpreender quem está ao volante, alguns deles se misturam aos ambulantes que circulam entre os veículos vendendo refrigerantes e salgadinhos.
Segundo o coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, da Polícia Militar, ocorre hoje uma média de um roubo a cada quatro dias apenas no trecho entre as pontes Engenheiro Ary Torres e do Morumbi.
Condutores distraídos, de vidros abertos, falando ao celular, são as vítimas mais comuns.
Para combater esse tipo de ação, as forças de segurança aumentaram recentemente o policiamento ostensivo na área. Nas últimas semanas, um helicóptero Águia da PM sobrevoa diariamente o trecho nas redondezas da Ponte Engenheiro Ary Torres a partir do fim da tarde. As patrulhas de moto também foram reforçadas, com paradas estratégicas em pontos usados para a fuga dos bandidos, como a favela Real Parque.
Além das marginais, outras vias importantes passaram a ser palco de ataques parecidos. Num trecho do Rodoanel Mário Covas, nas proximidades de Osasco, os criminosos bateram um recorde de ousadia. No dia 20 de junho, um bando colocou cones sinalizadores e interditou as pistas, forçando os carros a reduzir a velocidade. Dois assaltantes acabaram presos e um terceiro conseguiu escapar.
Fonte: Revista Veja São Paulo, 29 de junho de 2011