O Hospital das Clínicas traduziu a gravidade dos acidentes em números. Durante seis meses, acompanhou 84 motociclistas internados. Mais da metade chegou ao hospital com fraturas expostas; 82% ficaram mais de seis meses afastados do trabalho; 35% tiveram sequelas temporárias; 32%, sequelas permanentes; e quase 15% ficaram paraplégicos ou sofreram amputação.
Risco de acidente não é sinônimo de acidente. Eles não têm que acontecer. A equipe do Jornal Nacional foi ao Autódromo de Interlagos em São Paulo, em um dia de muita chuva, para acompanhar uma demonstração que deixa claro que, mesmo nas situações mais difíceis para o motociclista, é possível pilotar com segurança.
O primeiro teste mediu a distância necessária para parar uma moto a 50 km/h, em uma pista molhada: 13,5 metros. Em outra moto, com freios e amortecedores gastos, foram 20,5 metros, 7 metros a mais. Para mostrar o que essa diferença significa, uma folha de isopor foi colocada a 15 do ponto de frenagem.
Com a moto boa, o piloto evitou a colisão com a folha. Mas, quando ele aumenta a velocidade de 50 km/h para 60 km/h, acerta o obstáculo.
Nas ruas, os obstáculos não são de isopor. Morreram 478 motociclistas na cidade de São Paulo no ano passado, 12% mais que em 2009.
Fonte: Jornal Nacional (TV Globo), 23 de junho de 2011