Por Jorge Hori*
Os novos prefeitos a serem eleitos em outubro de 2016 irão enfrentar diversos problemas e desafios sendo o dos estacionamentos um deles.
O licenciamento dos estacionamentos, os estacionamentos em terrenos e a disponibilidade deles em áreas densamente ocupadas são três dos maiores desafios na gestão pública desses estabelecimentos.
As autoridades municipais têm demonstrado má vontade ou até preconceitos contra os estacionamentos, opondo-se à oferta formal e legalizada. O resultado não é a inibição da atividade, mas a proliferação de estacionamentos clandestinos ou irregulares que estabelecem concorrência desleal e maiores riscos aos usuários.
Os estacionamentos em terrenos vagos, em áreas densamente ocupadas, tem sido uma saída econômica para evitar a deterioração imobiliária. A gestão atual do município de São Paulo, movida por um viés ideológico, não reconheceu a função social dos estacionamentos. Quer obrigar o privado a construir no terreno, quando o mercado imobiliário está em recessão. O resultado será o abandono desses terrenos, com risco de invasões ou focos de aedes aegypti.
Outra orientação equivocada, com base na ideologia anticarro, é a restrição de vagas nos novos empreendimentos imobiliários, o que gera o desenvolvimento imobiliário em novos polos, diversos dos desejados pelas autoridades públicas.
Finalmente, os candidatos são sempre seduzidos pela ilusão das garagens subterrâneas ou edifícios-garagens, como existem fartamente em outras cidades mundiais. Mas, quando querem colocar em prática não o conseguem, por falta de viabilidade econômico-financeira. O vilão são os juros altos.
Cabe ao setor mostrar aos candidatos a realidade dos fatos e as consequências nefastas para a cidade de políticas equivocadas em relação aos estacionamentos.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.