Além dos gastos exorbitantes com o valor da gasolina comum, que beira R$ 4 o litro, andar de carro em Brasília e usar uma vaga em estacionamento privado está cada vez mais caros. Levantamento feito pelo Correio Braziliense nos shoppings centers e no Setor Hospitalar Sul mostra que os reajustes, ao longo do ano passado, chegaram a 25%, considerando a permanência de 1h em alguns estabelecimentos e o índice de inflação de 10,67%. Como o mercado é livre, os preços não podem ser controlados. Cabe aos motoristas decidirem se pagam até R$12 ahora para parar o veículo nesses locais.
Nem governo, nem órgãos de defesa do consumidor podem intervir nos valores. Por se tratar de uma relação de consumo, as empresas ajustam as tabelas como querem.
O problema é que, diante da dificuldade de encontrar vagas públicas, em muitos casos não sobra alternativa. A psicóloga Roberta Pires Ferreira, 33, gastou R$ 40 para manter o carro por cerca de 2h30 em um centro comercial. “Está tudo caro. Uso pela segurança e conforto. Se não fosse tão arriscado parar em alguns locais, nem entraria nos estacionamentos privados”, comenta. Os shoppings da zona central de Brasília cobram desde R$ 0,10, o minuto, a R$ 0,13. No Setor Hospitalar Sul, não é diferente. Por lá, se encontram vagas com valores do minuto entre R$ 0,10 e R$ 0,20. “Não temos alternativas. Os mais baratos ficam cheios”, queixa-se Carlos Avelar, 52. O militar permaneceu 1h e teve de desembolsar R$ 21.
Lei derrubada
Não há um sindicato das empresas que administram estacionamentos no DF. Os empresários do setor são representados por uma comissão. Segundo um dos representantes dela, Jader Rodrigues, os valores se baseiam nos custos fixos dos estabelecimentos. “Isso envolve questões contratuais e gastos com aluguel, apólice de seguros, IPTU, entre outros.”
Fonte: Correio Braziliense, 22 de janeiro de 2016