Parking News

Mobilidade é o grande desafio das metrópoles em todas as partes do mundo. A opção pelo automóvel levou à paralisia do trânsito, ao desperdício de tempo e combustível, além de problemas ambientais e de ocupação do espaço público. No Brasil, nos últimos dez anos, o crescimento da frota de automóveis e motocicletas foi da ordem de 400%. Mesmo assim, as montadoras de veículos festejam, no Salão do Automóvel, o aquecimento do mercado, quando pelo menos quatro novas fábricas anunciam sua presença no Brasil. E a Caixa Econômica lidera ação para estimular a venda de veículos no fim do ano. Dia 29, a Caixa e o BancoPan anunciaram juros mais baixos para financiamentos a pessoas físicas em mais de oito mil concessionárias do país. Além de financiar o cliente, os bancos fecharam acordo com a Fenabrave para também oferecer linhas de crédito aos revendedores. O "Acordo de Apoio de Final de Ano às Concessionárias" foi anunciado dia 29 no Anhembi. As montadoras também serão beneficiadas; negociações já estão em curso entre o governo e a indústria automobilística para a definição de medidas que permitam a retomada do crescimento da produção. O governo federal já indicou que o IPI para veículos, reduzido desde 2012, não deve ser recomposto neste ano. Facilidade de crédito, juros atraentes e redução fiscal - que diminui as receitas disponíveis para investimentos em serviços públicos que deveriam beneficiar quem tem e quem não tem automóvel - são medidas anacrônicas no momento histórico mesmo em que o mundo se esforça em buscar uma mobilidade urbana sustentável, que se alcança com a implantação de sistemas como metrô, trens e veículos leves sobre trilhos, ônibus "limpos" integrados a ciclovias, esteiras rolantes, elevadores do tipo Lacerda. E soluções inovadoras como os teleféricos de Medellin e os sistemas de bicicletas públicas que tanto encantam o prefeito Fernando Haddad. E por falar no prefeito, vale lembrar que a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos. Afinal, um terço dos deslocamentos nas cidades brasileiras ainda é feito a pé ou em cadeiras de rodas. Fonte: jornal DCI, 30 de outubro de 2014