A necessidade por vagas de estacionamento é uma demanda crescente, sobretudo nas grandes cidades. Nem sempre o centro urbano está preparado para atender tal demanda, deixando de garantir ao cidadão o direito de ir e vir de forma segura e com qualidade de vida.
A mudança das atividades econômicas para novos centros comerciais trouxe consigo a ampliação do problema do trânsito. A multiplicação de novos pólos evoluiu de forma desordenada, sem que as grandes metrópoles tivessem tempo de adotar medidas estratégicas.
Na linha de frente para possíveis soluções para o caos urbano está o investimento em estacionamentos, não apenas como um serviço seguro, mas como uma ferramenta urbana para amenizar o fluxo viário.
O setor de estacionamentos deve operar tendo em vista o alto nível de exigência do consumidor, ou seja, oferecer serviços de qualidade. O primeiro passo para o segmento é acabar com a informalidade, encontrada em boa parte das pequenas empresas que se aventuram no negócio.
Não faz sentido o panorama da irregularidade, quando canteiros de obras são transformados em vagas e não são oferecidas garantias mínimas de segurança e conforto aos motoristas.
Para conquistar mais usuários e contribuir para a expansão das empresas do setor é importante seguir padrões e normas para oferecer ao cliente a melhor infra-estrutura e garantia pelos serviços prestados.
Vale destacar que esse tipo de procedimento não reflete apenas na economia das grandes empresas, mas na falta de segurança que atinge, sobretudo, os clientes. Geralmente o perfil do usuário que faz uso de estacionamento poucas vezes se importa com a qualidade do serviço e opta pela comodidade, priorizando dois principais fatores: o preço e a localização que melhor atenda aos seus interesses naquele momento.
Há ainda a ação dos flanelinhas , que dominam os grandes centros e "profissionalizam" seus serviços ao controlar o espaço público, coagindo os motoristas a estacionarem em locais irregulares. É uma questão social que precisa ser avaliada, pois se paga por uma vaga pública e o motorista ainda corre o risco de ter seu carro danificado.
Seja pelo domínio dos terrenos irregulares transformados em garagens ou pela atuação dos flanelinhas , a verdade é que essas estratégias acabam sendo um chamariz para o surgimento de aventureiros no setor.
Para que as empresas sérias se sobressaiam e possam mostrar que estacionamento é um bem necessário, é preciso continuar buscando eficiência, segurança, qualidade e preços atrativos para alavancar o crescimento, conquistar clientes e expandir pelos grandes centros urbanos.
Paulo Frascino é presidente da rede de estacionamentos Maxipark
Fonte: Diário do Comércio (São Paulo), 26 de julho de 2007