Enquanto o transporte público não supre a demanda da população, os estacionamentos são considerados soluções para problemas de vagas e o setor continua aquecido. Mesmo em momentos de retração econômica e redução nas vendas de veículos novos, empresas pertencentes a estrangeiros e brasileiros em conjunto, por exemplo, esperam novas inaugurações no ano. Uma dessas companhias deve atingir 140 estacionamentos e totalizar 65 mil vagas até o final de 2015.
Atualmente, possui 110 garagens. “A receita líquida em 2014 foi de R$ 80 milhões. E a projeção é que possamos atingir R$ 100 milhões no ano”, afirma o diretor corporativo.
Segundo ele, o crescimento é possível graças à automação do sistema e à capacitação dos funcionários. “Com a aquisição da empresa brasileira, conseguimos casar o know-how da rede brasileira com a tecnologia francesa”, ressalta. A operação dos estabelecimentos é realizada com um centro de controle localizado no Rio Grande do Sul.
Com isso, as cancelas são acionadas automaticamente. Dá para gerir quase de modo autônomo um estacionamento inteiro.
Parcerias
Além de manter parceria com empresas de serviço de identificação e pagamento eletrônico, a empresa oferece um aplicativo para smartphones que possibilita o pagamento por meio de débito ou de crédito.
“Nós esperamos que no futuro todos os pagamentos utilizem este meio”, disse. Um dos focos da empresa é crescer nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso porque o tráfego nesses locais é mais intenso.
Além de abrir novos projetos no Norte e Nordeste do País. Nos últimos meses, a companhia inaugurou estacionamentos no Rio Grande do Norte, Amazonas, Roraima e Pará. E já possui operação consolidada no Sul do País.
Uma das estratégias da empresa para conseguir crescer é captar clientes corporativos.
Um parceiro pode representar de20 a30 novos projetos. O principal desafio citado pelo executivo é a capacitação dos funcionários do setor, que possui alta rotatividade.
“Por isso desenvolvemos uma ferramenta de e-learning (estudo a distância). Todos os funcionários passam por um processo de capacitação antes e durante a permanência na empresa, garantindo bom serviço”, diz.
Já outra empresa utiliza a possibilidade de investimento em empreendimentos comerciais como estratégia para crescer. Segundo seu diretor comercial, a companhia realiza parceria com incorporadoras durante a construção de um projeto, onde realizam aportes financeiros e, de retorno, conseguem a gestão do estacionamento do local. Para ele, com a crise, além de surgirem negócios neste modelo também deverão aparecer oportunidades de aquisição de estacionamentos já existentes.
Em média, o faturamento da empresa cresce entre 25% e 30%.
“2014 acompanhou este número. A expectativa para os próximos três anos é de atingir entre 20% e 25% de alta.” O diretor afirma que a alta ainda é elevada, mas desacelera um pouco quando comparada a períodos anteriores devido à possibilidade de retração nos mercados automobilístico e de construção civil.
“O setor está diretamente atrelado a esses segmentos”, informa. “Em2014, arede contava com 87 estacionamentos e a previsão é de abrir de18 a20 até o final deste ano. A meta é chegar entre 105 e 110 empreendimentos no total, em2015.”
A empresa está presente em sete estados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. A maior procura: Porto Alegre, Curitiba, Recife e Belo Horizonte.
São Paulo
Outra rede de estacionamentos também se encontra nessas mesmas regiões.
No entanto, o maior foco da companhia é a atuação no estado de São Paulo, onde possui 86 unidades. Em 2014, o faturamento da empresa teve alta de 15% e a previsão é de atingir incremento entre 6% e 8% neste ano, devido ao cenário político e econômico incerto do País. No entanto, a expectativa de oferta de vagas é de 40% de alta.
“A estimativa é que ao término de 2015 seja alcançado o número de 140 unidades”, afirma o presidente e fundador da rede. Atualmente, são mais de 130 unidades próprias ou particulares que estão sob a gestão da empresa, com mais de 36 mil vagas.
Para crescer, o foco é ter realmente grandes contas, sejam elas em estabelecimentos comerciais, edifícios corporativos ou entidades hospitalares. Para ele, a gestão em edifícios comerciais é uma tendência natural a ser seguida nos próximos meses.
“O estacionamento de rua tende a ser regularizado e possivelmente reduzido, dando espaço para corredores de ônibus e ciclovias”, conclui o empresário.
Números do setor de estacionamentos na cidade de São Paulo
Estacionamentos
5.346
Vagas
500.258
Empregos diretos
18.000
Média de veículos atendidos por mês
60 milhões
Frota de veículos 7,22 milhões
Estimativa
Fonte: site do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark)
Fonte: jornal DCI, 19 de fevereiro de 2015