Alguns aplicativos disponíveis para smartphones tentam aliviar um pouco o sufoco da procura. Sete ferramentas do tipo são as mais conhecidas no mercado, cinco delas lançadas de um ano para cá. Podem ser baixadas gratuitamente. As tecnologias funcionam de forma parecida. Com auxílio de GPS, elas indicam na tela quais as opções próximas de estacionamento. As mais completas informam também o preço e o horário de funcionamento. O sistema conta por aqui com adeptos como o gerente comercial Isaac Ferreira, que deixa o carro na região dos Jardins e da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini durante suas visitas a clientes. Em agosto, ele fez o download em seu iPhone do ParAli, um dos softwares especializados disponíveis na praça. "Ele me ajuda muito a estacionar perto de onde tenho compromisso e a comparar preços. Antes eu tinha de ficar rodando", afirma.
Nas duas últimas semanas, a reportagem de VEJA SÃO PAULO testou os principais apps do mercado na Avenida Paulista, no centro e no bairro de Perdizes, na Zona Oeste. Foram levados em conta na análise itens como o volume de informações e a usabilidade. O vencedor da prova foi o Onde Parar, que recebeu nota máxima em todos os quesitos. Em segundo lugar acabaram empatados o Let's Park, o VagaCerta e o ParAli.
O campeão Onde Parar contabiliza mais de 60.000 downloads, possui um cadastro de 1.966 estacionamentos na capital, informa qual a distância do motorista até o ponto mais próximo, mostra o caminho e compara os preços dos estabelecimentos. "A proposta é atingir um público mais velho", diz um dos criadores do aplicativo, o empresário Thiago Lopes.
Os defeitos que mais incomodaram nas ferramentas com pior avaliação foram a falta de informações e dificuldades de uso. Estacione, Remote Park e Pare Aqui não apresentam no mapa dados sobre preço, o que impede de imediato que o motorista compare as opções.
No Pare Aqui, a falha foi ainda mais grave: ele exige que seja baixada uma versão paga antes de permitir o acesso ao valor cobrado pelos estacionamentos. A reportagem de VEJA SÃO PAULO tentou comprar o serviço ao custo de 1,99 dólar, mas não conseguiu. Nem usando a rede 3G, nem wi-fi. "Reconhecemos os problemas e, por isso, estamos passando por atualização", justifica o sócio Caio Paganini. No iPhone 5C, o desempenho do Let's Park deixou a desejar, tanto no 3G quanto no wi-fi. "No Android, ele já tem um desempenho melhor", afirma Letícia Passarelli, diretora de marketing da empresa. Segundo ela, uma nova versão estará disponível para atualização no próximo mês. "Tem boa interatividade e o usuário pode enviar foto com a tabela de preços de um estacionamento não cadastrado", promete Letícia.
A multiplicação da tecnologia na cidade levou algumas redes de estacionamento a criar o próprio software de localização de vagas. É o caso da Multipark, que administra 180 garagens e 60.000 vagas. "Vemos esses aplicativos com bons olhos para contribuir para a mobilidade e criamos o nosso para melhorar as vantagens para os clientes", explica o gerente de marketing da Multipark, Mário Coutinho. Até novembro, o aplicativo poderá ser usado para fazer pagamento na garagem dos shoppings Pátio Higienópolis, Villa-Lobos e SP Market. A rede Estapar também planeja lançar algo similar neste mês. A corrida daqui para frente será para tentar desenvolver um sistema capaz de localizar vagas nas ruas. "Esse é o grande pulo do gato. Quem conseguir fazer isso primeiro será o grande vencedor", prevê Gabriel Costa, do VagaCerta.
Fonte: Revista Veja São Paulo, 24 de setembro de 2014