Não há data para iniciar a mudança. De acordo com os comerciantes, a queda no volume de negócios pode chegar a até 50%. A estimativa é que atualmente haja ao menos 400 vagas na avenida. Desde 2011, a prefeitura já eliminou 265 vagas de estacionamento nas avenidas Francisco Junqueira, Independência e Meira Júnior.
"Aqui [avenida do Café] há apenas três linhas de ônibus. Cada um passa num intervalo de 40 minutos", disse Tania Muraca, uma das articuladoras do grupo, que tem cerca de cem comerciantes e empresários. Dona de um restaurante japonês, ela tem comércio na avenida há 20 anos. O abaixo-assinado foi espalhado em 40 estabelecimentos comerciais da avenida desde o mês passado.
No total, cerca de 2.000 assinaturas já foram coletadas. Há cerca de um mês, o grupo tentou marcar uma reunião com a prefeita, mas ainda não obteve resposta.
Críticas
"Nós temos o direito de conhecer o projeto antes de ser implantado", disse Adolfo Barrado, proprietário de uma loja de tintas e estabelecido na avenida há 24 anos. Cláudio Spanghero, dono de uma salgaderia, afirmou que as ruas próximas são estreitas, o que prejudicaria o estacionamento. Além disso, os quarteirões são longos - o que, em sua opinião, desestimularia o consumidor a procurar por vaga no entorno.
"Tenho 18 funcionários. Já me preparo para fazer demissões ou sair daqui", disse. A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) foi informada pela Transerp (empresa de trânsito e transporte de Ribeirão) sobre a realização de estudos para implantação da faixa exclusiva de ônibus.
De acordo com o presidente, Antonio Calos Maçonetto, é preciso que a medida seja discutida "exaustivamente" antes de ser implantada. Archimedes Azevedo Raia Júnior, especialista em trânsito e professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), disse que a medida é necessária.
No entanto, afirmou que a prefeitura deveria incentivar outras alternativas, como estacionamentos privados, na avenida do Café.
Fonte: Folha de S. Paulo, 16 de setembro de 2014