O governo do Distrito Federal sinalizou nesta segunda-feira (27) que tem interesse em começar a cobrar por estacionamento público. Uma empresa privada ficaria responsável pela gestão do sistema. No Diário Oficial, o governador Rodrigo Rollemberg autoriza o lançamento de um edital para chamar empresas que apresentem uma forma de como implantar o estacionamento rotativo pago, chamado de “zona azul”.
Segundo a publicação, os estudos deverão trazer detalhes técnicos e estimativas econômicas relacionadas a uma futura aplicação do novo modelo. O G1 questionou o GDF sobre quanto pretende arrecadar com a medida e quando ela deve começar a valer, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
Desejo antigo
Em junho do ano passado, o governo já tinha informado que analisava abrir os estacionamentos da área central de Brasília para uma parceria com a iniciativa privada. O projeto inicial pretendia compartilhar a gestão das vagas disponíveis nas áreas mais movimentadas da capital. Com a concessão, as empresas poderiam reformar os estacionamentos, investir em infraestrutura e manutenção – em contrapartida, também poderiam cobrar por hora no local.
Outra proposta do governo era criar bolsões com vagas nos principais pontos turísticos e de movimentação da cidade, como o Parque da Cidade, o Mané Garrincha, a antiga Rodoferrovíaria e nos terminais da Asa Sul e Asa Norte.
Brasília ja tentou esse modelo, em 2003, com o "vaga fácil". Na época, era possível encontrar lugar para parar a qualquer hora do dia no Setor Comercial Sul. No entanto, o projeto foi tão impopular que o GDF suspendeu a medida.
Polêmica
Quem defende a cobrança diz que ela deixa o estacionamento mais democrático porque força o rodízio de carros para que mais pessoas consigam usar as vagas. A medida é comum em outras cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, áreas mais concorridas custam R$ 2 por um período de duas horas. Em São Paulo, são R$ 5 reais a hora.
Juiz de Fora, em Minas Gerais, tem 15% da frota do DF, mas tem estacionamento rotativo. Uma hora e meia com o carro parado em vaga pública custa R$ 2. O máximo que o motorista pode ficar são três horas.
Para o comerciante Clayton Lopes, a cobrança facilitaria achar um lugar. "Ia acabar com esse tumulto que está rolando agora. Para conseguir vaga, seria mais fácil", disse. A servidora pública Gabriela Conceição também é favorável. "Se tiver um minimo de segurança ou infraestrutura, não sou contra, não", declarou.
Já a dentista Brenda Furtado discorda. "São pessoas que trabalham aqui [no Setor Comercial], que fazem curso aqui, então seriam pessoas que estacionam e ficam muito tempo. E pagar seria um gasto a mais."
Fontes: G1 DF e TV Globo, 27/03/2017