As dificuldades em encontrar uma vaga na rua ou até mesmo a falta de segurança nas vias públicas fazem com que muitos motoristas busquem por um estacionamento particular. Mogi das Cruzes possui 206 estabelecimentos que oferecem esse serviço, inscritos no Cadastro Municipal. Ainda assim, proprietários desse tipo de estabelecimento apontam uma queda no movimento de clientes nos dois últimos anos e creditam esse baixo fluxo à crise econômica e à grande concorrência. Muitos agregam outros atrativos, como os serviços de limpeza de automóveis e até pequenas lanchonetes.
“Os oito primeiros anos do estacionamento foram ótimos, mas de dois anos para cá declinou. Eu acredito que seja em decorrência da crise mesmo, porque algumas lojas fecharam e com isso perdi mensalistas, que antes eram muitos. Mesmo com a economia reaquecendo, o movimento ainda não está voltando”, afirmou Alcir Souza Santos, 62 anos, que há 10 anos é proprietário de um estacionamento na Rua Doutor Deodato Wertheimer. Mesmo com a atual situação financeira, o empresário percebeu um aumento nos negócios do setor. “Alguns locais fecharam, mas muitos novos abriram. Eles são mais distantes das ruas principais do Centro e acabam tendo um preço mais barato. Aí a pessoa anda mais, mas paga menos e isso também me prejudica. Eu não posso diminuir meu valor, porque o aluguel aqui é bem caro”, revelou Santos. No estacionamento comandado por ele, são cerca de 220 vagas. Mesmo assim, o fluxo médio é de aproximadamente 90 veículos ao longo de todo o dia. No sábado, esse número chega aos 200.
O empresário acredita que tenha sofrido uma queda de 40% no movimento. O mogiano André João Sant’Anna Gasparin, 30 anos, assumiu os negócios da família justamente quando a situação ficou mais complicada. “Este estacionamento existe há cerca de oito anos, mas faz dois que assumi aqui. Ele sempre foi rentável, mas nessa época estava caindo bastante. Quando vi que tinha a possibilidade de fechar, resolvi fazer algumas ações para atrair mais clientes e agora ele está caminhando. Mas ainda é muito relativo, porque tem meses em que as coisas vão bem e em outros nem tanto”, comentou ele que comanda um estabelecimento na Rua Princesa Isabel de Bragança.
Na via onde funciona o empreendimento de Gasparin, existem outros seis estacionamentos. Além disso, a rua fica em frente à Praça da Bandeira, que tem do outro lado a Rua Tenente Manoel Alves dos Anjos, onde já é possível encontrar outros três estacionamentos. “Eu acho que esta queda no movimento, no fundo, é um pouco em decorrência da crise. Mas muito disso é pela quantidade de endereços que foram abertos. E acredito que as pessoas estejam utilizando mais o transporte alternativo, porque a gasolina também está cara. Então, é uma série de fatores que contribui negativamente”, completou. Para driblar o momento inconstante, Gasparin pensa em expandir o local, que conta hoje com aproximadamente 32 vagas, e ainda implantar um novo sistema. “Algo que ainda não existe no mercado”, conta ele sem revelar mais detalhes.
Na Rua Doutor Ricardo Vilela, Maurício Maeda, 40 anos, também é responsável por um estacionamento. “Eu trabalhava de graça em alguns estacionamentos só para aprender como fazer. Mesmo que tenha caído o movimento, eu acredito que ainda seja um negócio rentável. Por aqui, eu ainda ofereço o serviço de estética automotiva, para conseguir algo a mais. Se a gente continua trabalhando e não vê o lucro, desanima”, considerou o empresário. Maeda lembra que algumas datas beneficiam a lotação do lugar, caso do Natal e Dia das Mães. Ele diz que estas são as melhores datas para o comércio e, consequentemente, para o estacionamento. Recebendo de60 a80 carros diariamente, o estacionamento comandado por ele tem ainda momentos de pico no sábado, dia em que o estabelecimento chega a lotar e ficar sem vagas disponíveis.
Novo contrato deverá ampliar vaga controlada
Além dos estacionamentos particulares, os motoristas de Mogi das Cruzes têm opções para estacionar nas vias públicas. Em alguns locais da Cidade, entretanto, estes espaços também são pagos, por pertencerem ao sistema de Zona Azul da Cidade. Atualmente, são 1.150 vagas de estacionamento controlado espalhadas, principalmente, pelo Centro. A Prefeitura estuda agora a possibilidade de ampliação deste número.
Digital
Mogi das Cruzes conta com uma moderna forma de pagamento da Zona Azul Digital, por meio do aplicativo da Estapar, empresa responsável pelo serviço. Pelo programa de celular, o usuário pode adquirir créditos pela internet para utilização das vagas do estacionamento rotativo, por meio do pagamento por cartão de crédito e habilitando as horas de estacionamento pelo aplicativo, internet e SMS.
Fonte: O Diário - Mogi das Cruzes - 06/05/2018