Por Jorge Hori*
Os estacionamentos pagos, como uma atividade econômica, sofreram com a crise econômica geral. Com a retomada do crescimento da economia a expectativa é de que a atividade também volte a crescer.
A atividade depende de duas demandas principais: (a) do consumidor final que vai às compras, podendo ou não usar o seu carro particular; (b) dos trabalhadores, que podem ou não ir com o seu carro para o local de trabalho.
Tanto um quanto o outro, ao utilizar o seu carro para a viagem, precisam de uma vaga para estacionar o seu veículo, próximo ao local de destino.
Não basta que ocorra um crescimento estatístico macroeconômico. É preciso que esse crescimento gere mais empregos e amplie a "massa salarial".
O crescimento macroeconômico engloba todo um conjunto diferenciado e o "pasteuriza", estabelecendo médias. Mas, na prática, cada caso tem impactos diferenciados.
Para os estacionamentos pagos, num primeiro momento, a repercussão mais imediata do crescimento global é sobre a dinamização das atividades de gestão das empresas, que são realizadas nos escritórios.
O crescimento da produção no chão de fábrica, ou na fazenda, não traz impacto direto sobre os estacionamentos.
Do ponto de vista microeconômico, a demanda por estacionamentos pagos, pelos trabalhadores, está relacionada com as novas ocupações de imóveis comerciais, de aumento do contingente de funcionários trabalhando nos escritórios. Principalmente os de cargos mais elevados, como gerentes e diretores.
Esse crescimento potencial de demanda, no entanto, pode ser anulado pelas novas tecnologias, como os aplicativos de chamada, do tipo Uber, 99 e outros.
Com esses novos instrumentos, o trabalhador de escritório pode ir de casa ao escritório de automóvel, mas dirigido por terceiros e sem necessidade de estacionar o seu carro próximo ao local de trabalho.
Tais instrumentos irão reduzir a demanda, mas não a eliminarão inteiramente.
A atividade de estacionamento pago continuará encolhida, com tendência de encolhimento ainda maior. O que acirrará a concorrência.
Os que souberem se ajustar melhor às novas circunstâncias sobreviverão e poderão crescer. Outros sucumbirão. O ajuste não será pela melhoria dos modelos e lógicas atuais. Será necessário "pensar fora da caixa", ou "do caixa".
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.