Em 2007 a avenida viu concluída uma das principais obras que recebeu nos últimos anos. O revestimento das calçadas, antes cobertas com mosaico português, foi trocado por concreto fundido - projeto que agradou pela acessibilidade, mas desagradou esteticamente. Nos fins de semana, graças às calçadas "lisinhas", os pedestres dividem o espaço com skatistas e patinadores. O pavimento também foi trocado e as calçadas centrais ganharam canteiros, a Paulista ganhou roupa nova.
Porém, a nova roupagem não esconde os problemas. E o trânsito ruim é o mais visível e incômodo. Quem pensa que passar pela Paulista para desviar de outra via congestionada é uma boa alternativa para não ficar "parado", pode se enganar.
Para o presidente da associação Paulista Viva, Nelson Baeta Neves, o tráfego de ônibus na avenida é o fator desencadeador dos congestionamentos. "O trânsito é o pior problema mesmo na Paulista. Precisa tirar o congestionamento de ônibus. Gera poluição ambiental, sonora, visual e adensamento dos veículos. O tráfego é absurdo não por causa dos carros, é por causa dos ônibus", disse.
A solução proposta pela associação para melhorar o tráfego na Paulista é a retirada da circulação dos ônibus. Somente um circularia pela avenida, para aqueles que não puderem andar, de acordo com o presidente da associação. "Se tirar os ônibus a situação melhora bastante."
Calçadas novas, problemas velhos
A discussão para trocar os pisos das calçadas da Paulista durou anos. Em 2002, a prefeitura chegou a fazer um concurso para a escolha do novo pavimento. No entanto, com a mudança de gestão, o piso escolhido - que seria branco, preto e vermelho, as cores da bandeira de São Paulo - foi preterido e deu lugar a um novo projeto, com concreto fundido.
A Paulista Viva, que apontou a necessidade da troca das calçadas, também apresentou um projeto à prefeitura, com placas de concreto pré-moldado, que seriam removidas com a necessidade de acessar o subsolo da avenida pelas concessionárias de serviços-como de telefonia e iluminação, por exemplo. A prefeitura recusou o projeto da associação.
No projeto sugerido pela Paulista Viva, as placas pré-moldadas teriam tratamento para facilitar a limpeza, afastamento umas das outras para penetrar água da chuva e seria facilmente retirada quando fosse preciso acessar o subsolo.
"É inexorável que as concessionárias terão de acessar o subsolo e terão de quebrar (as calçadas). A prefeitura disse que tem estoque do material e fará reconstituição do piso. Não fica igual, não dá a mesma tonalidade. Produto mais antigo fica diferente do mais novo. Se daqui a dois anos quebrar vai ficar parecendo que é remendo", disse Baeta Neves.
Além da calçada, a prefeitura também retirou as lixeiras dos postes e instalou estruturas de concreto para o lixo. Novas, as lixeiras já são alvos de vandalismo e algumas não são fechadas da maneira correta pelos funcionários da limpeza. As tampas abertas acabam atrapalhando o caminho dos pedestres.
As calçadas da Paulista também concentram outros problemas, como a iluminação noturna, ou a falta dela. Existem pontos de escuridão durante a noite nas calçadas da avenida. Um bom exemplo são as calçadas entre a Rua Pamplona e a Alameda Campinas.
A luz vinda dos postes altos privilegia o asfalto, em detrimento das calçadas. Segundo o presidente da Paulista Viva, existe um projeto da prefeitura para a troca dos postes centrais da avenida por postes que serão instalados na calçada, com duas hastes - uma voltada para a rua e outra para a área dos pedestres.
Sinalização
Também apresentam sinais de desgaste na Paulista uma de suas características mais marcantes: os totens que informam os nomes das ruas e sustentam alguns semáforos.
A Folha Online percorreu a avenida e flagrou a situação degradada dos totens, alguns faltando pedaços do revestimento, outros "tomados" por galhos de árvores, muitos com a base enferrujada e a maioria deles com pichações e adesivos.
Fonte: Folha de S. Paulo, 24 de janeiro de 2009