Adotando a mesma mecânica do sedã Voyage, a Parati tinha visual agradável e um ar mais moderno do que suas concorrentes. Sua grande área envidraçada ajudava na visibilidade. Era uma solução pouco usada pelas peruas, que em sua maioria adotavam a terceira janela ? a Ford Belina utilizou esse layout apenas em 1978, passando a adotar a terceira janela no ano seguinte.
O interior seguia o padrão do Voyage, com bom espaço interno e destaque no ótimo porta-malas de 563 litros que poderia chegar a 1.110 litros com o banco rebatido. Suas principais concorrentes eram a Fiat Panorama, Chevrolet Marajó e versões mais em conta da Ford Belina.
A perua inovou com as primeiras rodas de alumínio oferecidas na linha VW. No ano seguinte a Parati, assim como o Voyage, se beneficiava em adotar o motor MD-270 1.6, também chamado de motor ?torque?, que já era usado no Passat. Este novo motor usava dois carburadores e entregava 81 cv de potência e torque de 12,8 kgfm, sendo o mais potente fabricado pela Volkswagen do Brasil na época. Ele era associado a um novo câmbio de quatro marchas, do tipo 3+E, com overdrive, para maior economia de combustível.
Os modelos Voyage e Parati receberam em seguida o motor 1.8 derivado do VW Gol GT, que neste último alcançava 99cv (aproximadamente). Juntamente com o novo motor, Voyage e Parati também ganharam modificações estéticas.
Toda a família BX passava pela primeira reestilização em 1987. Voyage e Parati voltavam a se diferenciar do Gol, usando faróis maiores, como acontecia até 1984. No mesmo ano, Voyage e Parati sofrem mais de 2 mil modificações, entre elas a adoção de injeção eletrônica analógica, para serem exportados para os EUA e Canadá ? com o nome Fox e Fox Wagon, respectivamente.
Em 1991 houve uma nova reestilização e a linha ganhava uma frente que abrigava faróis e grade mais estreitos. Novos para-choques e acabamento interno também faziam parte das mudanças.
Segunda geração
Resultante do projeto AB9, o Gol ganhava uma nova geração em 1995. Com visual moderno de linhas arredondadas, melhor aerodinâmica, mais espaço interno e acabamento superior, a nova geração ficou conhecida como ?bolinha?. No ano seguinte, era a vez da Parati receber esse visual.
A Parati ?bolinha? foi lançada apenas na versão duas portas e a versão de topo GLS passava a usar o motor 2.0 com injeção multiponto e 109 cv de potência.
Em 1997 a Volks desenvolve o primeiro motor 1.0 16V que foi usado no Gol e também na Parati. Um ano depois, mais novidades na linha: a perua ganha a versão GTI 16V e passa a usar o mesmo motor do Gol, um 2.0 16V de 145 cv que permitia velocidade máxima de 206 km/h.
Nesta versão, a Parati foi considerada uma das peruas mais velozes já produzidas no mercado nacional até os dias de hoje. Além disso, ela finalmente ganhou a versão cinco portas, aguardada desde o lançamento em 1996.
Nova reestilização chega em 1999. Chamada de ?geração III?, deixou o visual mais retilíneo. Fruto da parceria com a grife Track & Field, a VW lançou em 2003 a série especial Parati Track & Field com os motores 1.6 Total Flex e 2.0 gasolina.
Para 2006, a VW atualizava novamente a linha com o lançamento da ?geração 4″.
No fim de 2007 chegava a série especial Surf da Parati. O modelo era vendido com duas opções de motorização: 1.6 e 1.8. No ano seguinte mudanças leves: faróis escurecidos e nova iluminação do painel nas versões superiores.
Depois de uma história de 30 anos, a Volkswagen anunciou o fim da produção da perua em junho de 2012. Era necessário abrir espaço para a produção da SpaceFox, sua sucessora. Não havia mais espaço para a Parati, que sentia o peso da idade, uma vez que o restante da linha havia sido atualizado e ela mantinha o mesmo visual de 2006, além de usar uma plataforma mais antiga que os demais membros da família, o que muitos podem considerar uma aposentadoria pouco digna para um carro que marcou época.
Fonte: site Carsale, 12 de junho de 2013